Frevo com Daniela Mercury e Gal Costa dá injeção de ânimo para esperar a folia de 2022

05/02/2021 18h28


Fonte G1

Imagem: ReproduçãoClique para ampliarEm janeiro de 2019, com a certeza de que haveria Carnaval, Daniela Mercury foi atrás de Caetano Veloso para pôr o trio elétrico na rua com a gravação de Proibido o Carnaval, march(Imagem:Reprodução)
Em janeiro de 2019, com a certeza de que haveria Carnaval, Daniela Mercury foi atrás de Caetano Veloso para pôr o trio elétrico na rua com a gravação de Proibido o Carnaval, marcha composta pela artista baiana com evocação do passo do frevo e da cadência do samba.

Compositora dona de obra pautada pela irregularidade, Daniela Mercury acertou a mão no single com Caetano Veloso. Dois anos depois, a artista roça o êxito com outra música autoral de espírito folião, Quando o Carnaval chegar, frevo gravado por Daniela com outro ícone baiano da MPB, Gal Costa.

Desta vez, em fevereiro de 2021, há a certeza de que não haverá Carnaval neste ano, mas há o vislumbre do gozo de folias futuras que virão após o controle da pandemia. É dessa projeção que se alimenta a inédita composição de Daniela Mercury.

Música de título homônimo do samba folião composto por Chico Buarque em 1972 para a trilha sonora de filme de Cacá Diegues, Quando o Carnaval chegar é frevo temperado com a pimenta baiana, à moda de sucessos ardentes de Moraes Moreira (1947 – 2020), artista homenageado na gravação.

Mesmo sem resultar empolgante quanto os frevos compostos por Moraes para animar as folias da Bahia (e do Brasil) nos anos 1970 e 1980, Quando o Carnaval chegar consegue evocar a pulsação de hits do eterno novo baiano por conta do arranjo creditado a Yacoce Simões e à própria Daniela Mercury (Yacoce e Daniela também assinam a produção musical do single lançado nesta sexta-feira, 5 de fevereiro).

Ao pilotar a guitarra baiana e ao programar cordas e metais (quase tão quentes quanto os instrumentos reais), Yacoce consegue emular orquestrações de hits foliões do cancioneiro de Moraes, alguns lançados e/ou propagados na voz de Gal Costa, caso da marcha-frevo junina Festa do interior (Moraes Moreira e Abel Silva, 1981) e do frevo Bloco do prazer (Moraes Moreira e Fausto Nilo, 1979), popularizado pela cantora em gravação de 1982.

A reunião das vozes de Daniela e Gal agrega valor à gravação que, sem Gal, soaria menos charmosa, por mais que a voz da veterana baiana já soe sem a vivacidade exigida para potencializar o efeito carnavalesco da música de Daniela.

O charme do single Quando o Carnaval chegar se estende à ilustração da capa criada pelo diretor de arte Renato Nunes com Militão Queiroz.

Para seguidores das duas cantoras, ambas já habituadas a pernambucar na Bahia, o single Quando o Carnaval chegar é injeção de ânimo para esperar a vacina e a próxima folia.


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