Funk faz sucesso no exterior, mas continua a ser atacado no Brasil, diz pesquisador
31/07/2022 14h23Fonte G1
Imagem: Reprodução Para o pesquisador Danilo Cymrot, embora o funk faça um estrondoso sucesso no Brasil e no exterior, o gênero musical continua enfrentando um processo de ataques e perseguição inclusive da lei. Para ele, a ascensão de funkeiros como Anitta, hoje a artista brasileira mais conhecida fora do país, não impedem que o estilo sofra com criminalização e repressão policial."Acho que existe uma síndrome de vira-lata também, que não valoriza nossa produção", disse em entrevista à BBC News Brasil.
Danilo Cymrot é mestre e doutor em Direito Penal e Criminologia pela Faculdade de Direito da USP. Desde 2013 ele é pesquisador do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo. No mês passado, Cymrot lançou o livro O Funk na Batida (Edições Sesc), sobre a história da criminalização do funk por meio de projetos de lei que tentam disciplinar, proibir e censurar o gênero.
A obra mostra como o ritmo, desenvolvido nas periferias do Rio de Janeiro e de São Paulo, passou a ser associado à criminalidade e à violência, sofrendo perseguição da mídia e de parlamentares - tanto de direita como de esquerda.
Na entrevista, o autor falou sobre o histórico de estigmatização do funk nos anos 1990, o papel de parlamentares na criação de leis que dificultaram a realização dos bailes e o chamado funk proibidão, que aposta em letras sobre a violência na periferia e facções criminosas.
Por outro lado, Cymrot também comentou como os rolezinhos (encontro de jovens funkeiros em shoppings centers de São Paulo) desagradaram parte da periferia e de ambos os espectros políticos, sendo classificado tanto como "vendido ao capitalismo" como "fútil" por causa do perfil de baixa renda de seus participantes.
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