Indicações do 30º Prêmio da Música Brasileira refletem pulverização do mercado fonográfico

25/04/2023 14h28

Fonte G1

Apresentada na manhã de hoje, 25 de abril, a lista de indicados à 30ª edição do Prêmio da Música Brasileira reflete a crescente pulverização de um mercado musical cada vez mais fragmentado e estruturado em nichos e segmentos.

Com cada artista no próprio quadrado, em que pesem as incontáveis colaborações em singles, as nomeações das 31 categorias da premiação criada pelo empresário José Maurício Machline em 1987 espelham o fracionamento regente em indústria que joga para a margem tudo o que não for sertanejo, pagode, forró, funk e rap – com a ressalva de que esses gêneros cada vez estão mais amalgamados em uma música pop produzida sem alma.

Procurando valorizar o que fica pelas margens do mercado, o Prêmio da Música Brasileira dá voz e vez a artistas enquadrados em categorias como MPB e música erudita, por exemplo. Tanto que Chico César e a Orquestra Sinfônica Brasileira saem na frente com três indicações cada um, sem que sejam apontados como favoritos em lista pautada pela diversidade e formada por artistas de todas as regiões do Brasil, oriundos de 18 estados (Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins).

A pulverização da lista é tamanha que nada menos do que 22 artistas – Alceu Valença, Almir Sater, Anitta, Baco Exu dos Blues, Bebê Kramer, Chico Buarque, Criolo, Diogo Nogueira, Dom Salvador, Duda Beat, Elba Ramalho, Elza Soares (1930 – 2022), Erasmo Carlos (1941 – 2022), Fundo de Quintal, Gloria Groove, Iza, Letieres Leite (1959 – 2021), Marília Mendonça (1995 – 2021), Martinho da Vila, Planet Hemp, Zeca Veloso e Yamandu Costa – aparecem empatados com duas indicações cada um.

Do ponto de vista estritamente pessoal do crítico e colunista do g1, integrante do corpo de jurados ao lado de nomes como o DJ Zé Pedro, a lista registra ausências como as das cantoras Áurea Martins e Leila Maria, pois ambas lançaram no ano passado grandiosos álbuns fora das respectivas zonas de conforto – Senhora das folhas (2022) e Ubuntu (2022), respectivamente – e sequer mereceram uma indicação.

Contudo, não se pode falar em injustiça, pois é preciso ressaltar que o alto fluxo de lançamentos fonográficos implica em inevitáveis ausências.

As presenças são muitas e os vencedores serão revelados em cerimônia agendada para 31 de maio no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), entre números musicais que celebrarão a vida e a obra da cantora Alcione com as participações de nomes como Criolo, Emicida, Gloria Groove, Larissa Luz, Maria Bethânia, Tim Bernardes, Zeca Pagodinho e Zé Ibarra, entre outros artistas.

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