Miguel Falabella perde ação que o acusa de plagiar tradutor na Justiça

12/12/2020 16h58


Fonte Cidadeverde.com

Imagem: ReproduçãoMiguel Falabella perde ação que o acusa de plagiar tradutor na Justiça(Imagem:Reprodução)Miguel Falabella perde ação que o acusa de plagiar tradutor na Justiça

O tradutor Alípio Franca Neto ganhou, em decisão judicial de segunda instância, uma ação que move contra o ator e diretor Miguel Falabella acusando-o de plágio na peça "A Escola do Escândalo".

Franca publicou há 23 anos, pela editora Papirus, uma tradução do texto original do irlandês Richard Brinsley Sheridan, escrito no século 18. O título era "Escola de Maledicência".

Ele entrou na Justiça, munido de um parecer técnico da professora Vera Lúcia Ramos, do Departamento de Letras da USP, argumentando que a versão de Falabella, que não credita o tradutor nem pagou direitos autorais, usa nomes e trocadilhos que foram cunhados por ele.

O tradutor perdeu a ação em primeira instância, mas o colegiado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro reverteu a decisão de forma unânime, em acórdão publicado nesta quinta-feira. Ainda cabe recurso.

Franca afirma que a decisão é daquelas que "reavivam a fé na Justiça". "As pessoas à minha volta sempre se assustam quando alguem reclama direitos em face de pessoas que têm prestígio ou algum tipo de autoridade. Às vezes, reclamar esses direitos, como eu tentei fazer, causa um espanto enorme."

Segundo ele, a tradução da obra setecentista foi um dos primeiros grandes desafios de sua carreira, um trabalho que "se estendeu por bastante tempo paralelamente ao meu ganha-pão", e foi a primeira versão brasileira da peça. Hoje, ele coleciona três prêmios Jabuti de melhor tradução.

Uma das evidências apresentadas na peça judicial é que o nome da personagem Lady Benferina, tradução de Lady Sneerwell no livro de Franca, também aparece na montagem "A Escola do Escândalo", que estreou em 2011 com Maria Padilha, Bruno Garcia e Tonico Pereira. "Era um texto literariamente desafiante, a começar pelos nomes trocadilhescos, que soavam como nomes em inglês, não nomes caricaturais."

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Tópicos: escola, direitos, tradutor