MPB4 evidencia maestria de Magro em single com faixa inédita feita meses antes da morte do artista

11/06/2022 08h17


Fonte G1

Imagem: DivulgaçãoClique para ampliarMPB4 evidencia maestria de Magro em single com faixa inédita feita meses antes da morte do artista(Imagem:Divulgação)MPB4 evidencia maestria de Magro em single com faixa inédita feita meses antes da morte do artista

Basta ouvir os primeiros 30 segundos da inédita gravação do bolero Ai, amor pelo MPB4 para que fique atestada a maestria do arranjo vocal de Antônio José Waghabi Filho (14 de novembro de 1943 – 8 de agosto de 2012) – o Magro – nessa faixa gravada pelo grupo fluminense há dez anos para o álbum Contigo aprendi, lançado pelo quarteto em junho de 2012 em edição da gravadora Biscoito Fino.

Só que a abordagem de Ai, amor acabou sendo excluída da seleção final do disco em que o MPB4 – então formado por Aquiles, Dalmo Medeiros, Magro e Miltinho – deu vozes a inéditas versões em português de boleros cubanos e mexicanos em registros adornados com as cordas luxuosas do Duofel, do Quarteto Maogani, do Trio Madeira Brasil e do guitarrista Toninho Horta.

Exatamente uma década após a edição do álbum Contigo aprendi, a gravação de Ai, amor vem à tona em single programado pela gravadora Mills Records para 24 de junho – véspera da minitemporada que o MPB4 fará na cidade natal de Niterói (RJ), em 25 e 26 de junho, na Sala Nelson Pereira dos Santos com o show comemorativo dos 50 anos do álbum Cicatrizes (1972).

Não concentrasse tanta beleza em dois minutos e 50 segundos, a gravação de Ai, amor já teria valor documental por ser sobra refinada do último álbum feito pelo MPB4 com Magro, que morreu dois meses após o lançamento do disco. Contudo, o valor também é musical.

A versão em português escrita por Zélia Duncan é fiel ao espírito poético e melancólico de ¡Ay, amor!, bolero de autoria de Ignacio Jacinto Villa Fernández (11 de setembro de 1911 – 2 de outubro de 1971), cantor e compositor cubano imortalizado com o nome artístico de Bola de Nieve.

Apresentada em disco pelo autor em gravação de 1949, feita na Espanha, ¡Ay, amor! ganhou muitas vozes ao longo dos anos. O cantor e compositor cubano Francisco Céspedes gravou o bolero em álbum, Con permiso de Bola, editado em 2006 em tributo ao artista conterrâneo.

¡Ay, amor! também integrou (e batizou) álbum lançado por Fabiana Cozza em 2017 e derivado do show Canto teatral para Bola de Nieve, apresentado pela cantora em 2016 com o pianista cubano Pepe Cisneros.

Sem nada dever aos registros anteriores do bolero, a gravação de Ai amor pelo MPB4 prima pelo requinte. Ao entrelaçamento harmonioso das vozes, junta-se a trama sofisticada das cordas do Trio Madeira Brasil na faixa gravada sob a direção musical de Magro.

Dez anos após a saída de cena de Magro, a edição do single Ai, amor é atestado da imortalidade do principal arranjador vocal do MPB4, grupo profissionalizado em 1965, mas gerado em 1962 a partir do encontro de Magro e Miltinho na efervescência do meio estudantil de Niterói (RJ), onde o grupo efetivamente entrou em cena em 1963 com o nome de Quarteto do CPC.

Bela surpresa de 2022, o single Ai, amor é pérola pescada no baú que guarda 60 anos de músicas e histórias.

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