MultimÃdia, Jô Soares deixa quatro discos lançados entre 1972 e 2008 com músicas, piadas e poemas
05/08/2022 11h04Fonte G1
Imagem: Reprodução Além de humorista, ator, apresentador e escritor, o carioca José Eugênio Soares (16 de janeiro de 1938 – 5 de agosto de 2022) – o excepcional Jô Soares – também foi dramaturgo, músico e compositor. Jô tocava trompete e bongô em ambientes musicais regados ao jazz que ouvia com paixão desde a adolescência.Multimídia, o artista também deixa quatro discos ao morrer na madrugada de hoje, aos 84 anos, em hospital da cidade de São Paulo (SP). O primeiro álbum de Jô Soares, lançado há 50 anos pela gravadora Som Livre, foi Norminha.
O disco foi batizado com o nome de uma das personagens que Jô interpretava no programa humorístico Faça humor, não faça guerra, apresentado pela TV Globo de 1971 a 1973. Foi caracterizado como Norminha que Jô apareceu na capa do álbum, cujo repertório era essencialmente autoral.
Jô assinava a maioria das músicas, sozinho – casos de Fan, Irajá e Stop the world – ou em parceria com o maestro Guio de Moraes, como em Beijo da Norminha e Gatinha. Oito anos depois, o humorista lançou o álbum de piadas A b... e outras histórias (1980).
Para lançar um disco de jazz, paixão imortal do artista, Jô precisou esperar mais 20 anos. Gravado ao vivo em novembro de 1999, em apresentação na casa paulistana Tom Brasil, o álbum Jô Soares e o sexteto (2000) foi lançado no ano seguinte pela gravadora Som Livre. O sexteto era o antigo Quinteto Onze e Meia.
Neste disco, Jô e os músicos da banda do talk-show da TV tocam standards do jazz como A night in Tunisia (Dizzy Gillespie, 1942), Caravan (Duke Ellington, Juan Tizol e Irving Mills, 1936) e Summertime (George Gerswhin, DuBose Heyward e Ira Gershwin, 1935), além de tema de autoria de Jô com o sexteto, Enkrenka.
Último título da discografia de Jô, Remix_em_Pessoa (2008) apresentou 12 poemas de Fernando Pessoa (1888 – 1935) na voz de Jô Soares sobre músicas criadas pelo tecladista Billy Forghieri, integrante da banda Blitz.
Jô certamente será mais lembrado pela atuação memorável como humorista e apresentador da TV brasileira ao longo de carreira iniciada nos anos 1950. Contudo, por ter sido de fato um artista multimídia, Jô Soares deixa até discos como parte de legado cultural de valor inestimável.
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