Mundo de Maysa cai na pista com EP em que produtor Vizcaya convida para ouvir remixes de gravações d

01/06/2021 18h42


Fonte G1

 
Imagem: ReproduçãoClique para ampliarVislumbrado em 2018 por Vizcaya com o remix da gravação original de Meu mundo caiu, o EP ganhou forma em 2020, estando pronto desde maio do ano passado, à espera das devidas autori(Imagem:Reprodução)

O mundo de Maysa Figueira Monjardim (6 de junho de 1936 – 22 de janeiro de 1977) cai nas pistas em EP orquestrado por Vizcaya, nome artístico com o que o DJ, produtor, músico e cantor George Mendez é conhecido na cena eletrônica brasileira.

O título do EP Convite para remixar Maysa alude ao nome da série de quatro discos intitulados Convite para ouvir Maysa e lançados entre 1956 e 1959 por essa desbravadora cantora e compositora de origem carioca, primeira mulher a surgir no mercado fonográfico com álbum repertório autoral quando integrava a tradicional sociedade paulistana.

São dessa fase inicial da artista as seis músicas selecionadas por Vizcaya para o EP Convite para remixar Maysa, cujo lançamento está programado para domingo, 6 de junho de 2021, data do 85º aniversário dessa grande cantora que saiu de cena há 44 anos em fatal acidente de carro na ponte Rio-Niterói.

As gravações de Resposta (Maysa, 1956), Tarde triste (Maysa, 1956), Ouça (Maysa, 1957), Meu mundo caiu (Maysa, 1958), Franqueza (Denis Brean e Oswaldo Guilherme, 1858) e Bom dia, tristeza (Adoniran Barbosa e Vinicius de Moraes, 1957 – música gravada por Maysa em 1958) foram trazidas por Vizcaya para a pista com beats de tropical house, trip hop e tech-house, mas com a preservação integral das melodias nessa climática ambiência eletrônica.

Vislumbrado em 2018 por Vizcaya com o remix da gravação original de Meu mundo caiu, o EP ganhou forma em 2020, estando pronto desde maio do ano passado, à espera das devidas autorizações para que pudesse ser lançado no mercado.

O processo de criação do EP Convite para remixar Maysa foi artesanal. Como nos anos 1950, as músicas eram gravadas inteiras em mono, ao vivo no estúdio, sem cortes, com cantor e orquestra em um único canal na mesa de gravação, Vizcaya recorreu a softwares de inteligência artificial para filtrar e separar os instrumentos e a voz de Maysa.

Com a palavra, Vizcaya: “as notas e acordes são complicados, mas poli e reduzi os arranjos a algo mais objetivo, embora todos sigam a melodia original. A partitura segue a mesma para o meu remix feito em 2020 e para as gravações originais dos anos 1950. O trabalho maior foi filtrar a voz de Maysa. Tentei com os softwares existentes no mercado, mas todos trabalham com algoritmos e generalizam o processo, aplicando, digamos, um mesmo template de filtro para todos os tipos de músicas. E, no meu caso, eles não serviram 100% para Maysa. Logo, tive que aplicar recursos técnicos de anulação de fase quase que palavra a palavra da voz dela. Foi na mão, na raça e na paciência mesmo”, relata o produtor, que travou o primeiro contato com a música de Maysa na novela Estúpido cupido (TV Globo, 1976 / 1977), cuja trilha sonora incluía a gravação original de Meu mundo caiu, o maior sucesso da cantora.

Vizcaya traz Maysa para a pista com absoluta fidelidade ao mundo dark dessa cantora e compositora que abriu alas para as mulheres na música brasileira em 1956.


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