Nina Fernandes versa sobre o amor com certa graciosidade juvenil em álbum autoral produzido com Tó B
06/10/2021 16h48Fonte G1
Imagem: DivulgaçãoNina Fernandes
Primeiro álbum de Nina Fernandes, Amor é fuga – Fuja chega ao mundo fonográfico digital nesta quarta-feira, 6 de outubro, com safra autoral no todo menos encantadora do que o cancioneiro meigo do EP anterior dessa cantora e compositora paulistana, Digitando... (2019).
Ainda assim, há certa graciosidade em músicas como Você vai gostar de mim, faixa estrategicamente apresentada em 23 de julho como primeiro single do álbum produzido pela própria Nina Fernandes em parceria com Victor Nery e Tó Brandileone.
Composta em 2018, Você vai gostar de mim versa sobre paixão idealizada, dando pista do universo pop juvenil do repertório autoral da artista.
O assunto de músicas como Compromisso (lançada em single editado em 27 de agosto) e Te procuro é sempre aquela velha história, ah... o amor – tema universal que rege a quase totalidade das canções desde antes de o samba ser samba. Te procuro começa cool e ganha intensidade crescente em sintonia com a progressão do arranjo.
Aliás, o maior mérito do álbum Amor é fuga – Fuja reside na elegante produção musical que embasa cancioneiro composto e gravado com influências do indie folk (Nina elege como principal referência a cantora e compositora norte-americana Phoebe Bridgers).
Entre temas instrumentais que funcionam como prelúdios e intermezzos na costura do disco, como Primeiramente e Prisma, a artista dá voz a músicas como Bordeaux – canção que versa sobre dissonâncias de casal afim – e Desculpa, faixa que exemplifica como a refinada moldura orquestral do disco envolve bem as músicas, valorizando repertório que, desossado, talvez tivesse menor poder de sedução.
Aos 22 anos de vida e cinco de carreira (o primeiro single, Your eyes, foi lançado em 2016, sendo creditado ao duo Nina & Pontifexx, formado pela então debutante artista com o DJ paulistano Thomas Pontifex), Nina Fernandes exprime angústias e emoções afetivas sob prisma juvenil.
Contudo, como todo mundo é sempre marinheiro de primeira viagem quando entra no barco da paixão, uma canção delicada e trivial como Decididamente se afina pela temática universal com standard sublime da sofrência, Evry time we say goodbye (Cole Porter, 1944).
O registro dessa joia sempre moderna do cancioneiro amoroso é alocado como faixa-bônus ao fim do álbum em gravação climática em que Nina Fernandes esboça interiorização, sinalizando que o caminho da artista pode ser mais extenso do que faz supor o atual disco.
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