Noel Rosa tem obra enfocada com outras bossas em álbum da cantora Jacque Falcheti com trio Retrato B
07/12/2020 17h58Fonte G1
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O samba e as outras bossas da obra do compositor carioca Noel de Medeiros Rosa (11 de dezembro de 1910 – 4 de maio de 1937) são coisas nossas nem sempre valorizadas pelo Brasil. A cantora Jacque Falcheti e o trio Retrato Brasileiro – formado pelos músicos Gabriel Peregrino (vibrafone), Guilherme Saka (guitarra) e Théo Fraga (contrabaixo) – dão e agregam valor às coisas de Noel Rosa no álbum apropriadamente intitulado Outras bossas.Com capa criada por Yuri Rei com inspiração na Pop Art, o álbum Outras bossas tem lançamento programado para sexta-feira, 11 de dezembro de 2020, dia do 110º aniversário de Noel.
O álbum Outras bossas é um dos dois tributos fonográficos – o outro é EP do grupo carioca Salvadores Dali, também agendado para 11 de dezembro – aos 110 anos deste compositor que derrubou as fronteiras entre o samba do morro e o do asfalto nos anos 1930 com cancioneiro espirituoso que vale por tratado de modas e costumes da cidade do Rio de Janeiro (RJ) na década em que a indústria do disco começou a se consolidar em conexão com a expansão do rádio.
Gravado entre os dias 16 e 21 de dezembro de 2019 nos estúdios da Faculdade de Tecnologia de Tatuí (SP), com produção musical e arranjos orquestrados por Jacque Falcheti com o trio Retrato Brasileiro, o álbum Outras bossas chega ao mundo um ano depois e soa relevante porque joga luz sobre músicas pouco conhecidas da obra do compositor e – mais importante – porque reapresenta 10 músicas de Noel Rosa em inusitada formação musical que combina vibrafone, guitarra e contrabaixo de forma surpreendente.
A luminosa abordagem da embolada Minha viola (1929) exemplifica com maestria as intenções da cantora e do trio. Com a adição de estrofe metalinguística sobre o disco e a própria gravação de Minha viola, a embolada ganha células rítmicas do samba em faixa em que, assim como no disco, a guitarra por vezes simula a batida de tamborim, o contrabaixo sugere o toque grave do surdo e o vibrafone soa como repique de anel. O vibrafone, aliás, sobressai no arranjo de João ninguém, samba de 1935.
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