Nova biografia de Roberto Carlos é indicada para quem nunca teve acesso ao recolhido livro de 2006

02/05/2021 11h45


Fonte G1

 
Imagem: ReproduçãoClique para ampliarÉ óbvio que o protagonista ? refratário às biografias e com planos de escrever ele mesmo a própria história em livro previsto para 2022 ? jamais contribuiria com o livro de Medeiro(Imagem:Reprodução)
Pelo fato de o livro Roberto Carlos em detalhes (2006) estar oficialmente fora de circulação desde abril de 2007, por conta de acordo judicial firmado entre Roberto Carlos e a editora Planeta, a recém-lançada biografia do jornalista e escritor paraibano Jotabê Medeiros adquire relevância instantânea no mercado editorial por ser (por ora) o único livro disponível com relato da vida e obra do cantor e compositor capixaba de recém-completados 80 anos – um dos maiores ídolos populares da história do Brasil.

Contudo, o livro somente soará de fato relevante para quem pouco ou nada sabe sobre Roberto Carlos. Lançado em 19 de abril, dia do 80º aniversário do artista, o livro Roberto Carlos – Por isso essa voz tamanha tem narrativa que avança até este ano de 2021, mas sem nada acrescentar de substancial ao que já fora revelado em 2006 pelo escritor baiano Paulo Cesar de Araújo na controvertida e fundamental biografia Roberto Carlos em detalhes.

A narrativa de Medeiros é fluente porque o jornalista tem bom texto e, além de escrever bem, sabe organizar o material colhido – em entrevistas, na leitura de outros livros citados no texto e, sobretudo, em pesquisa em arquivos de jornais e revistas – na forma de enredo biográfico, estruturado em ordem cronológica.

Para quem nunca leu Roberto Carlos em detalhes, o atual livro pode entreter, mas, a rigor, reconta a história do artista com base sobretudo no que já saiu na mídia ao longo dos 62 anos de carreira do cantor.

A relação dos 30 nomes que deram entrevistas e depoimentos ao autor – Caçulinha, Claudette Soares, Eduardo Araújo, Getúlio Côrtes, João Donato, Lafayette (1943 – 2021), Luiz Ayrão, Paulo César Barros. Roberto Menescal, Wanderley Cardoso e Zé Renato, entre outros nomes menos conhecidos – inclui pessoas que aturaram como coadjuvantes ou mesmo figurantes na história da vida de Roberto Carlos.

É óbvio que o protagonista – refratário às biografias e com planos de escrever ele mesmo a própria história em livro previsto para 2022 – jamais contribuiria com o livro de Medeiros.

Como os coprotagonistas (os familiares, os músicos da banda do cantor e os amigos de fé como Erasmo Carlos) tampouco falaram com o autor, em lealdade a Roberto, o escritor teve que recorrer sobretudo a reportagens e artigos de jornais e revistas para reescrever a história do cantor que começou imitando João Gilberto (1931 – 2009) em 1959 até reinar como líder da juventude “alienada” que ouvia rock e o ronco do calhambeque na era da Jovem Guarda, movimento pop brasileiro que alicerçou a carreira de Roberto de agosto de 1965 a janeiro de 1968.

De inimitável rei da juventude dos anos 1960, Roberto se transformou em grande cantor romântico a partir da década de 1970 com discografia que perdeu vigor a partir dos anos 1980 sem que o artista perdesse a majestade. Medeiros procura explicar o fenômeno de popularidade.

Bem assessorado juridicamente pela editora Todavia (a ponto de ter tido o cuidado de não apresentar o rosto de Roberto nas imagens expostas na capa do livro), Jotabê Medeiros corre pouco risco de ser importunado pelo biografado na Justiça. O autor parece ter sabido até onde podia ir.

A intimidade real jamais é desvendada. Até por isso a biografia Roberto Carlos – Por isso essa voz tamanha se apequena diante do livro de Paulo Cesar de Araújo – escritor que, aliás, lança em junho o primeiro dos dois volumes da nova biografia em que reconta a vida de Roberto Carlos através das letras das músicas do compositor.

Jotabê Medeiros apresenta uma biografia possível de Roberto que, sim, poderá seduzir leitores pouco ou nada informados sobre a trajetória do artista, mas interessados em tentar entender o fenômeno.

É óbvio que o protagonista – refratário às biografias e com planos de escrever ele mesmo a própria história em livro previsto para 2022 – jamais contribuiria com o livro de Medeiros.

Como os coprotagonistas (os familiares, os músicos da banda do cantor e os amigos de fé como Erasmo Carlos) tampouco falaram com o autor, em lealdade a Roberto, o escritor teve que recorrer sobretudo a reportagens e artigos de jornais e revistas para reescrever a história do cantor que começou imitando João Gilberto (1931 – 2009) em 1959 até reinar como líder da juventude “alienada” que ouvia rock e o ronco do calhambeque na era da Jovem Guarda, movimento pop brasileiro que alicerçou a carreira de Roberto de agosto de 1965 a janeiro de 1968.

De inimitável rei da juventude dos anos 1960, Roberto se transformou em grande cantor romântico a partir da década de 1970 com discografia que perdeu vigor a partir dos anos 1980 sem que o artista perdesse a majestade. Medeiros procura explicar o fenômeno de popularidade.

Bem assessorado juridicamente pela editora Todavia (a ponto de ter tido o cuidado de não apresentar o rosto de Roberto nas imagens expostas na capa do livro), Jotabê Medeiros corre pouco risco de ser importunado pelo biografado na Justiça. O autor parece ter sabido até onde podia ir.

A intimidade real jamais é desvendada. Até por isso a biografia Roberto Carlos – Por isso essa voz tamanha se apequena diante do livro de Paulo Cesar de Araújo – escritor que, aliás, lança em junho o primeiro dos dois volumes da nova biografia em que reconta a vida de Roberto Carlos através das letras das músicas do compositor.

Jotabê Medeiros apresenta uma biografia possível de Roberto que, sim, poderá seduzir leitores pouco ou nada informados sobre a trajetória do artista, mas interessados em tentar entender o fenômeno.


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