O Terço tem mutações historiadas em livro que mapeia os caminhos trilhados pela banda em 50 anos

30/06/2021 14h33


Fonte G1

 
Imagem: ReproduçãoClique para ampliarGrupo de rock cultuado na década de 1970 por conta dos álbuns Criaturas da noite (1975) e Casa encantada (1976), O Terço passou por várias mutações no som e na formação. Mas nunca(Imagem:Reprodução)

Grupo de rock cultuado na década de 1970 por conta dos álbuns Criaturas da noite (1975) e Casa encantada (1976), O Terço passou por várias mutações no som e na formação. Mas nunca deixou de contar com o guitarrista e cantor Sérgio Hinds em qualquer uma das múltiplas formações.

Não por acaso é Hinds quem conta a história da banda em O Terço – 50 anos, livro lançado neste primeiro semestre de 2021 e assinado pelo artista com Nelio Rodrigues, autor de vários livros sobre rock.

Com texto objetivo, escrito sem firulas e sem a intenção de ostentar estilo, os autores repisam os caminhos trilhados pelo Terço desde que a banda – que por pouco não se chamou Os Libertos (nome que, no Brasil ditatorial de 1970, poderia sugerir tomada de posição política) e Santíssima Trindade (nome desaconselhado por padre que ofertou terço aos músicos) – entrou em cena em festival realizado em Juiz de Fora (MG) entre 30 de maio e 1º de junho de 1970.

Originário de grupos formados no fim dos anos 1960, O Terço acabou vencendo o festival mineiro ao defender a música Velhas histórias (Guttemberg Guarabyra e Renato Corrêa, 1970). Começou ali trajetória de início pavimentada pelo carioca Hinds (então no baixo) com o amazonense Vinicius Cantuária na bateria e com o paulista Jorge Amiden (1950 – 2014) na guitarra.


Foi com essa formação que, no embalo da vitória no festival, o trio gravou o primeiro álbum, intitulado O Terço e editado em junho de 1970 com o selo da gravadora Forma (então já atrelada à Philips) e com repertório autoral que flertava com a MPB, a música country e o funk sem diluir a pegada roqueira.

E o resto foi história contada por Hinds e Nelio Rodrigues ao longo de 212 páginas ilustradas com fotos e escritas sem egotrips, com boa análise da obra do Terço. O livro presta bom serviço à memória musical brasileira por mostrar que, ao longo da década de 1970, O Terço também manteve hasteada alta a bandeira do rock brasileiro.

A impressão que ficou para a história foi a de que somente Raul Seixas (1945 – 1989) e Rita Lee eram roqueiros brasileiros conhecidos nos anos 1970, tendo as outras bandas e artistas ficado relegados aos subterrâneos do mercado. Essa impressão não está de todo errada, mas O Terço, por exemplo, jamais atuou no underground.


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