Pabllo Vittar cai na balada eletrônica sem perder a safadeza brasileira em "Noitada"

08/02/2023 15h58


Fonte G1

Imagem: DivulgaçãoClique para ampliarPabllo Vittar cai na balada eletrônica sem perder a safadeza brasileira em Pabllo Vittar cai na balada eletrônica sem perder a safadeza brasileira em "Noitada"

Basta olhar a capa do quinto álbum da Pabllo Vittar para saber que ela mudou de ambiente: da festa brasileira de "Batidão Tropical" ao escurinho de uma balada eletrônica. Mesmo na penumbra, porém, ela não perde a graça e as cores de antes.

"Noitada" mistura as batidas retas da house music e outros gêneros eletrônicos globais com a malemolência da suingueira baiana, o funk mandelão paulista, o 150 carioca, o tecnobrega paraense e outros batidões locais. O álbum sai em streaming nesta quarta-feira (8), às 21h.

A cantora, já conhecida pelas músicas sensuais, encara o tema ainda mais de frente (ou de costas, a depender da música). As aventuras sexuais têm contribuições generosas e inspiradas de Anitta, MC Carol, Gloria Groove, o Kannalha e Tchelinho.

Rapidinhas satisfatórias

Há os refrões de duplo sentido e outros só com um sentido sexual mesmo, sem precisar de trocadilho. "Minhas amigas, quero sair, quero dançar, quero beijar, me esfregar, fuleirar", ela anuncia em "Calma amiga".

O álbum tem 11 faixas curtas, sendo três vinhetas de um minuto e as outras com média de dois minutos. (Uma das faixas, "Cadeado", não estava disponível para audição da imprensa).

São rapidinhas satisfatórias. Talvez não tenha os hits acessíveis dos discos anteriores. Mas, para o público mais fiel, é o melhor que Pabllo tem a oferecer.

Pabllo, Anitta e Ramemes

A composição e produção são comandadas pelo ótimo time da Brabo Music - Rodrigo Gorky, Zebu, Arthur Marques, Maffalda e Pablo Bispo. Eles ainda convocam craques como Ramemes, DJ de Volta Redonda (RJ), autodenominado "destruidor do funk".

É Ramemes quem dá a base para a primeira de duas parcerias de Pabllo e Anitta. A vinheta "Calma amiga" mistura batida frenética e grave cavernoso com áudios de WhatsApp das duas cantoras falando safadezas.

Ela dá o tom ousado e nada careta para a faixa principal das duas, a ótima "Balinha de coração". Tem as colagens eletrônicas do mandelão, um pagodão eletrônico agressivo e uma letra sexual debochada que lembra a MC Pipokinha. Tem tudo para brilhar no TikTok e no carnaval.

Anitta entra em um trecho de trap-funk com um vocal cadenciado, quase como se fosse uma rapper convidada, bem longe do que se esperava. Não deve agradar a todos, mas é ótimo ver como as duas dispensam o jogo seguro.

Kannalha brilha

Há outro par de funks com MC Carol ("Descontrolada", já lançada antes, com um vocal furioso e maravilhoso da convidada) e Gloria Groove ("Ameianoite", um pouco mais convencional, que lembra "SFM", do álbum mais recente da paulistana).

Outras se parecem mais com os álbuns anterior da Pabllo, como a latina "Derretida" e a mistura de tecnobrega e funk 150 (na verdade mais acelerada, em 160 BPM) "Culpa do cupido". O refrão é o auge da infâmia do disco: "Culpa do cu... culpa do cu... culpa do cupido!".

Mas é "Penetra", parceria com o baiano Kannalha que aproveita melhor o atrevimento do tema e do som. É um pagodão grave, lento e intenso, com Pabllo no auge da ironia e o convidado ainda mais sem vergonha: "Vou penetrando, vou penetrando, aumenta o som que eu já tô entrando..."

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