Paula Toller se volta para o brilho pop das pistas em single gravado com o filho, Gabriel Farias
13/11/2020 18h19Fonte G1
Imagem: Reprodução “Marcha a ré não é a minha / Não é assim que se faz / Sinto muito, amiga minha / Mas eu não ando pra trás / Baixo astral não é a minha / Não tem nenhum sex appeal / Vem comigo, amiga minha / Vamos mexer o quadril”, convida Paula Toller nos versos iniciais de Eu amo brilhar.O convite à dança dá o tom da gravação dessa música inédita composta pela artista carioca em parceria com Gustavo Camardella e lançada em single nesta sexta-feira, 13 de novembro.
Todo o marketing em torno do single está voltado para o fato de a gravação – feita no estúdio Nas Nuvens, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), com produção musical de Liminha – apresentar o primeiro registro fonográfico da cantora com o filho, Gabriel Farias, que fará 31 anos em 11 de dezembro.
O canto de Gabriel se afina com o tom pouco exigente de composição voltada para a pista. O baticum pop eletrônico criado por Liminha (também no baixo) com Thiago Gomes (nos teclados e na guitarra) – ambos no comando das programações e na função de arranjadores da gravação – sinaliza que, ao contrário do que apregoa no primeiro verso da letra de Eu amo brilhar, Paula Toller dá passo atrás com single que se encaixaria nas pistas da década de 1990.
Eu amo brilhar é música simples – como geralmente são simples as músicas feitas para dançar – que emana boas vibrações em pegada que remete à arquitetura pop da obra de Lulu Santos, sobretudo na parte em que Paula canta a estrofe “O meu balanço vai mais alto / E a minha mão alcança o céu / Eu salto as ondas, voo de mar em mar / Eu não descanso, eu amo brilhar...”.
Em 2019, contrariando todas as expectativas, Paula Toller apresentou música acima da média da compositora, Essa noite sem fim, composta com Liminha em tom nublado e sintonizado com o estado depressivo do eu-lírico da canção. Eu amo brilhar repõe a cantora no trilho ensolarado da banda Kid Abelha, mas sob a luz artificial das pistas de dança.
É como se, aos inacreditáveis 58 anos, a artista desse marcha a ré nesse single retrô para voltar a marcar posição em território pop que ajudou a fundar e a sedimentar no Brasil desde os anos 1980.