Paulo Rafael se eterniza como o grande guitarrista que eletrificou o som de Alceu Valença com a pega

23/08/2021 16h49


Fonte G1

Imagem: DivulgaçãoPaulo Rafael(Imagem:Divulgação)Paulo Rafael

OBITUÁRIO – É difícil imaginar o som arretado de Alceu Valença sem a eletricidade de guitarra de Paulo Ramiro Rafael Pereira (11 de julho de 1955 – 23 de agosto de 2021).

Conhecido no meio artístico como Paulo Rafael, o instrumentista e produtor musical fomentou a cena de rock psicodélico no Recife (PE) na primeira metade da década de 1970 – como integrante da banda Ave Sangria – e chegou a esboçar discografia individual a partir de 1992, ano em que editou o álbum solo Orange, ao qual se seguiram Vagalume em 1995 e, mais recentemente, Alado em 2010.

Contudo, é sobretudo como o grande “guitarrista de Alceu Valença” que Paulo Rafael passa para a posteridade ao morrer aos 66 anos na madrugada desta segunda-feira, 23 de agosto, em hospital da cidade do Rio de Janeiro (RJ), em decorrência de complicações decorrentes de câncer no fígado.

Nascido em Caruaru (PE), mas profissionalizado como músico no Recife (PE), Paulo Rafael contribuiu decisivamente para dar forma ao som do cantor, compositor e músico pernambucano, nascido em São Bento do Una (PE), no mesmo estado de Pernambuco em que Rafael veio ao mundo.

Em parceria iniciada há 46 anos no festival Abertura (TV Globo, 1975), no qual Alceu apresentou a música autoral Vou danado pra catende, Paulo Rafael injetou a eletricidade do rock no som de Alceu Valença.


A matéria-prima desse som eram os gêneros musicais do Nordeste como o maracatu e o frevo, muitos assimilados por Alceu e Rafael na infância, vivida por ambos em contato com os ritmos e cantadores do sertão pernambucano. Mas, à essa matéria-prima, Alceu adicionou a pegada do rock, e certamente jamais teria feito a mistura dar tão certo e soar tão explosiva sem a guitarra de Paulo Rafael.

É impossível, por exemplo, dissociar a música Anunciação (1983) – gravada pelo cantor no álbum Anjo avesso (1983) – do toque da guitarra de Paulo Rafael, marcante já na introdução da gravação original feita há 38 anos.

Além da guitarra, Paulo Rafael também tocou viola e violão nos discos de Alceu. Além dos dois álbuns de estúdio da banda Ave Sangria (o emblemático Ave Sangria de 1974 e o recente Vendavais, editado em 2019), a discografia de Paulo Rafael inclui álbum dividido com Zé da Flauta, Caruá (1976), e um álbum ainda inédito gravado com o conterrâneo Alceu Valença, a quem estará eternamente ligado na memória musical brasileira.

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Tópicos: rafael, ?lbum, sangria