Projeto exibe imagens de mulheres negras importantes para a história do PI

21/12/2022 09h45

Fonte G1 PI

A intervenção urbana projeto Afrofuturismo exibe, por meio de colagens, fotografias e pinturas, imagens de mulheres negras importantes para a história cultural do Piauí em espaços urbanos antes desprestigiados. O idealizador do projeto, Antônio Filho, conta que como surgiu a ideia.

"Começou quando observei a ausência de pessoas negras na arte pública da cena cultural em Teresina. Estudo o movimento Afrofuturismo há alguns anos, no qual surge esse encontro da arte urbana com o afrofuturismo, e é aí que transformo essas duas áreas nesse projeto", explicou.

No Mercado Público do Parque Piauí, na Zona Sul da capital, há a colagem da imagem da bailarina e coreografa Luzia Amélia, a primeira dançarina piauiense a concluir o mestrado em dança pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).

A artista também é reconhecida pela fundação e direção do Balé Folclórico de Teresina conhecido mundialmente por ter celebrado o espetáculo Calango em 1997.

"Imagina você ser uma artista negra na contemporaneidade no Brasil, um pais tão permeado pelo racismo, e ser homenageada ao lado de mulheres que são potências negras da diáspora brasileira. Eu não encontro os termos para agradecer", comentou Luzia Amélia.

Algumas das homenageadas são Francisca Trindade, no bairro Vale Quem Tem, na Zona Leste da cidade; a primeira advogada do Brasil, Esperança Garcia, no Polo Artesanal do bairro Poty Velho, na Zona Norte; no bairro Satélite está o mural da sanfoneira Sebastiana; e a compositora piauiense Maria da Inglaterra, no Parque Ideal, em Teresina.

Esta última, foi criada pela colagem da artista visual Mika Raiz que reconhece a importância da compositora para o cenário cultural do estado.

"Ela teve e tem uma grande uma grande representatividade no nosso estado, porque ela esteve em muitas mostras fora daqui, como a mostra do Sesc Itaú. Então acho que a minha escolha foi em questão disso, em tentar rememorar o potencial que ela teve no Piauí", afirmou Mika.

O movimento cultural e politico é representado principalmente a partir da perspectiva negra. Dessa forma, Sônia Terra, fundadora do Instituto da Mulher Negra, destaca que a intervenção é a celebração e afirmação do protagonismo negro na história.

"É uma relação imediata com o fazer, essa potência de ser mulher negra, de lutar pelas causas sociais, de estar a frente do seu tempo, sempre em uma luta pelas pessoas mais precarizadas. Quando a gente vai para as ruas, trazer também a arte, as pessoas gostam. Você andar e se deparar com arte, isso valoriza os nossos artistas, uma historia negada", celebra Sônia.

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