Quadro "O Grito", de Edvard Munch, está desbotando, diz pesquisa
09/02/2020 10h50Fonte Revista Galileu
Imagem: Wikimedia CommonsSegundo pesquisa revelada ao site The New York Times, o pigmento amarelo do quadro "O Grito", de Edvard Munch, está desbotando
O site The New York Times revelou que especialistas de arte do Museu Munch, em Oslo, na Noruega, estão estudando os pigmentos da tela "O Grito", do pintor norueguês Edvard Munch. Segundo eles, amostras de tinta do quadro estão sob o raio-X, o raio laser e até mesmo um microscópio eletrônico a fim de revelar o motivo de partes da tela que eram amarelo-alaranjadas agora estão brancas.
A pesquisa tem como objetivo estabelecer um mapa de cores para ajudar os conservacionistas do museu a evitarem novas mudanças, além de mostrar aos espectadores e historiadores como uma das pinturas mais reconhecidas do mundo pode ter sido originalmente.
Jennifer Mass, presidente do laboratório de Análise Científica de Belas Artes do Harlem, cuja equipe está participando do estudo, explicou que nanocristais estão crescendo na pintura, evidenciando a degradação perto da boca da figura central, no céu e na água. Isso ocorre por conta da oxidação do sulfato de cádmio e carbonato de cádmio, elementos que compõe a tinta amarela da tela.
Mass disse ao The New York Times que a análise tem implicações para pinturas impressionistas e expressionistas, feitas entre as décadas de 1880 e 1920. Isso porque uma grande parte delas foi pintada com amarelo cádmio — 20% das quais ela estima que estão experimentando fenômenos semelhantes.
Recuperar esses tons é impossível, mas a ciência pode nos ajudar nesse assunto. Koen Janssens, professor do departamento de química da Universidade de Antuérpia, na Bélgica, que estudou os pigmentos de Van Gogh, Matisse e outros pintores, explica que os pigmentos poderiam ser reconstruídos digitalmente, dando nova vida à obra. "A ideia é tentar, de forma virtual, reverter o tempo", afirmou Janssens ao jornal.
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