Roberta Sá ecoa levadas baianas de sucessos de Zeca Pagodinho no suave single "Luz da minha vida"
11/08/2022 15h01Fonte G1
É difícil ouvir Luz da minha vida – samba que Roberta Sá lançará em single agendado para 19 de agosto – sem que ecoe na mente sambas compostos pelos baianos Nelson Rufino e Roque Ferreira para discos de Zeca Pagodinho produzidos e arranjados por Rildo Hora.
Soando déjà vu na arquitetura e na cadência, Luz da minha vida é samba da lavra dos compositores Toninho Geraes – mineiro já ambientado nas rodas cariocas, parceiro do mencionado Rufino em Uma prova de amor (2008), samba feito para Zeca – com Chico Alves, capixaba também já aclimatado no Rio de Janeiro.
Samba inédito em disco, mas já apresentado em 2020 pela cantora capixaba Elem Narah em show e clipe (gravado com Toninho Geraes), Luz da minha vida integra o repertório do EP SambaSá – previsto para ser lançado por Roberta no fim deste ano de 2022 – em gravação feita no estúdio Cia. dos Técnicos, com produção musical de Alaan Monteiro, sob direção artística da própria Roberta Sá e Pedro Seiler.
Ao festejar 20 anos de carreira, a cantora ratifica o predomínio do samba em discografia que será acrescida do registro audiovisual do show SambaSá, programado para ser feito em 24 de setembro em apresentação de Roberta no Circo Voador, no Rio de Janeiro (RJ), cidade que abriga a artista potiguar desde a pré-adolescência.
Como o roteiro do show SambaSá se alimenta de sucessos de Alcione, Beth Carvalho (1946 – 2019), Jovelina Pérola Negra (1944 – 1998), Martinho da Vila, Só pra Contrariar, Revelação e Zeca Pagodinho, entre outros nomes do samba, a cantora investe em músicas inéditas no EP.
O single Luz da minha vida é o primeiro sopro de novidade do repertório de SambaSá. Pontuada pelo toque da sanfona de Kiko Horta, evocativa de samba mais rural e interiorano, a gravação de Luz da minha vida segue em cadência tradicional, entre levadas mais baianas do que cariocas.
O time de músicos arregimentados para a gravação – André Manhães (bateria), Bruno Gama (pandeiros, caixa e agogô), Gabriel de Aquino (violão), Jéssica Araújo (tantan, tamborim, congas e caixa), Marfa (baixo) e Thiaguinho Castro (surdo, caixa, repique de mão e ganzá), além dos já citados Alaan Monteiro (cavaquinho e coro) e Kiko Horta (piano e sanfona) – sinaliza mudança de sonoridade na discografia de Roberta, até então habituada a gravar com músicos cariocas como Alberto Continentino, Domenico Lancellotti, Marcos Suzano e Rodrigo Campello.
No coro, as vozes de Camila Monteiro, Felipe Abreu e Jussara Lourenço sublinham a tendência de Luz da minha vida se deslocar para a roda do samba da Bahia em movimento que nem chega a surpreender, vindo dessa cantora de tons suaves que em 2010 já dedicou irretocável álbum ao cancioneiro do compositor Roque Ferreira.
No single Luz da minha vida, assim como no roteiro do show SambaSá, o canto light de Roberta Sá reza pela cartilha do samba mais popular.
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