Scott Feiner deixa legado como o guitarrista que pôs o pandeiro no mundo do jazz

06/03/2023 14h54

Fonte G1

Na certidão de nascimento de Scott Feiner, está sacramentado que o músico norte-americano veio ao mundo em Nova York (EUA). Só que, no mundo da música, Feiner já se considerava brasileiro por conta do renascimento artístico desse guitarrista que descobriu encantado o pandeiro em 1999, na primeira viagem ao Brasil, e nunca mais se dissociou desse instrumento de percussão associado ao suingue nacional e usado sobretudo no toque do samba.

A paixão pelo pandeiro e pela música brasileira redefiniu os caminhos profissionais de Scott Feiner. Decidido a trocar a guitarra pelo pandeiro, o músico se radicou no Rio de Janeiro (RJ), cidade onde morou de 2001 a 2014 e para a qual voltou momentaneamente no ano passado para promover o álbum Six feet apart (2022).

Gravado por Feiner em julho de 2021 na Carolina do Norte (EUA), em duo com o pianista Alex Taub, Six feet apart acabou se tornando o derradeiro álbum da discografia do guitarrista tornado pandeirista.

Na última quarta-feira, 1º de março, o artista decidiu se retirar voluntariamente de cena. A notícia da morte do instrumentista entristeceu todos os que conviveram com Feiner e todos os que tinham noção do talento desse músico que, na longa temporada carioca, inseriu o toque do pandeiro no jazz em série de quatro álbuns iniciada em 2006 com o disco intitulado justamente Pandeiro jazz e continuada com os álbuns Dois mundos (2008), Accents (2010) e A view from below (2014).

Scott Feiner sai de cena, mas fica na memória como espécie de embaixador do pandeiro no exterior por ter mostrado admirável mundo novo para o instrumento dentro das infinitas liberdades proporcionadas pelo exercício do jazz.