Tom Zé ganha coletânea editada em CD com gravações realmente raras dos anos 1960 e 1970
29/10/2020 18h16Fonte G1
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Quando editadas com critério, coletâneas com fonogramas avulsos da obra de um artista costumam atrair a atenção dos seguidores desse artista e sobretudo de colecionadores de discos que valorizam mídias físicas. É de olho nesse fiel nicho do mercado fonográfico que a gravadora Warner Music edita em CD, nesta segunda quinzena de outubro de 2020, compilação de Tom Zé intitulada Raridades.Idealizada e produzida pelo jornalista e pesquisador musical Renato Vieira, a coletânea foi lançada em edição digital em 16 de setembro. Contudo, é na edição em CD que o projeto fonográfico adquire pleno sentido pela ficha técnica e por contextualizar as 14 faixas da compilação em texto escrito por Vieira para o encarte com informações sobre as procedências das gravações.
Desses 14 fonogramas, lançados originalmente pelas já extintas gravadoras RGE (cujo acervo pertence à Som Livre) e Continental (adquirida pela Warner Music em 1993), 12 são registros realmente raros da discografia de Tom Zé, produzidos entre 1969 e 1976.
As outras duas gravações figuram como bônus por envolverem o cantor, compositor e músico baiano, mas por serem registros de outro artista – no caso, de uma cantora da noite chamada Betina que, em 1973, lançou single duplo (compacto simples, no jargão fonográfico da época) com duas músicas de Tom Zé, gravadas com arranjos, regências e vocais do artista.
Uma música era a então inédita Que bate calado, reapresentada três anos depois por Tom Zé no álbum Estudando o samba (1976) com o titulo trocado para Dói. A outra música era O anfitrião, lançada pelo autor no ano anterior no álbum Tom Zé (1972).
Após esse compacto, Betina sumiu sem deixar rastro. Tom Zé, após amargar anos de injusto ostracismo, voltou à tona no fim dos anos 1980 e retomou a discografia a partir da década de 1990. O que justifica ainda mais a produção dessa compilação de gravações obscuras do artista.