Escolas sem água para lavar as mãos ou onde falta ventilação: professores temem falta de estrutura
14/02/2021 14h14Fonte G1
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Dentro do complexo cenário da pandemia de coronavírus, há os prejuízos ao aprendizado e à saúde mental de milhões de crianças e adolescentes sem as aulas presenciais e há também a preocupação dos professores pela falta de estrutura para executar o protocolo contra Covid no retorno gradual anunciado na maioria do país.
Em geral, o poder público diz que seguirá medidas sanitárias para minimizar a contaminação: disponibilização de álcool em gel, incentivo à lavagem de mãos, uso de máscaras, espaçamento entre mesas, divisão de turmas para ter menos alunos por sala.
No entanto, segundo dados do Ministério da Educação (MEC), ainda falta levar encanamento a mais de 3 mil instituições de ensino no país. Quase 10 mil não têm acesso à água potável. Quatro a cada dez escolas do Brasil não tem estrutura para lavagem de mãos dos alunos, afirma OMS e Unicef.
Fernanda Raquel Nunes de Oliveira, de 42 anos, professora da rede pública municipal do Rio de Janeiro, teme problemas no abastecimento de água na cidade.
O que compromete o acesso a um do protocolos mais básicos de prevenção: "Eu vou chegar na escola e talvez não tenha água para lavar a mão". Ela relata cortes regulares no fornecimento no bairro onde dá aulas, São Cristóvão.
Professora de educação infantil, "que se faz essencialmente pelo contato e aproximação", ela que há também o desafio de uma nova forma de interagir com os alunos.
"Na educação infantil tem a roda de conversa, com interação social, para a criança aprender a escutar o outro e a si, aprender vocabulário, a falar, se expressar. Ela começa a organizar o pensamento, saber o que foi ontem, o que é hoje, o futuro, a organizar o diálogo".
Os materiais de sala de aula também terão restrição: as apostilas usadas pelas crianças precisam "descansar" por sete dias a fim de evitar a contaminação por contato.
A reabertura no Rio está prevista para 24 de fevereiro. Os primeiros alunos a voltarem ao ensino presencial híbrido são os de pré-escola, 1º e 2º ano. A prefeitura afirmou que irá vacinar os professores após os idosos.
"Se eu tomar a vacina, diminui a tensão. Mas com relato de falta de doses, não sei quando vai ser", reflete. Entre os 27 grupos prioritários definidos no Plano Nacional de Imunização contra Covid, os professores da educação básica estão em 17º lugar, e os do ensino superior, em 18°.