Leitura regrediu, escrita também: mães e alunos falam do retrocesso na aprendizagem
02/05/2021 11h39Fonte G1
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Lorenzo Marques, 10 anos, não consegue se concentrar nas aulas remotas. Muda de tela no celular, faz um exercício e já esquece, fica impaciente. Até o vocabulário mudou, depois de tanto tempo vendo vídeos na internet, segundo a mãe.Ele passou do 4º para o 5º ano durante a pandemia. Ao final de 2021, vai terminar o primeiro ciclo do ensino fundamental na Escola Estadual Brasílio Machado e avançar para aulas com matérias mais complexas, que exigem maior capacidade de interpretação e pensamento abstrato. Mas a mãe Vivian Monteiro, de 39 anos, diz que ele está estagnado.
"Aprender eu acho que ele não aprendeu. Ele pega a lição, faz na hora, vira a página e depois esquece", afirma.
Uma pesquisa divulgada nesta semana afirma que os estudantes estão com déficit de aprendizagem. A avaliação foi feita com 20,7 mil alunos do 5° e 9º anos do ensino fundamental e 3º ano do ensino médio, todos da rede pública estadual de SP.
O maior prejuízo está nos alunos mais novos, do 5º ano. Comparado a exames de proficiência (que mede os conhecimentos em escala) feitos em 2019, é como se estes estudantes não só deixassem de avançar ao longo de 2020 mas também regredissem em relação a índices anteriores.
Para recuperar os 46 pontos de aprendizagem perdidos em matemática na pandemia, seriam necessários 11 anos de investimentos em educação básica. Isso porque, historicamente, os índices do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), usados como "régua" de referência para a análise da UFJF, evoluem cerca de 4 pontos a cada ano
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