Parfor Equidade: Curso de Educação Inclusiva chega a Nossa Senhora dos Remédios
16/07/2024 11h14Fonte Gov
Imagem: DivulgaçãoEstudantes do curso de Educação Inclusiva e de Pedagogia do Parfor.
A Universidade Estadual do Piauí (Uespi) levou o Parfor Equidade, uma ação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), ao município de Nossa Senhora dos Remédios com o curso de Educação Especial Inclusiva. A partir de agora, 35 alunos remedienses inscritos no programa irão se qualificar para atender redes públicas e/ou comunitárias que ofereçam educação especial inclusiva para estudantes que precisam desse acompanhamento.
Durante os quatro anos de curso, os estudantes irão receber bolsas mensais financiadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes) no valor de R$ 700,00.
Ao todo, 140 alunos serão contemplados com bolsas por estarem dentro do perfil equidade, distribuídos nos municípios de Nossa Senhora dos Remédios, Beneditinos, José de Freitas e Currais. De acordo com a coordenadora do Parfor, professora Francisca Cunha, todos os bolsistas se enquadram dentro do perfil equidade: são estudantes indígenas, pardos, pretos, quilombolas e das populações do campo, assim como pessoas surdas e do público-alvo da educação especial.
“Esse curso foi criado para dar acesso ao ensino superior às comunidades que, historicamente, não contam com essa modalidade. O projeto visa não apenas formar professores para a equidade, mas também alcançar o público pertencente a essas comunidades para que possam formar outras pessoas. O foco do curso inclui a educação infantil, educação básica, ensino fundamental e médio, abrangendo toda a educação básica, com disciplinas voltadas também para o ensino superior. O curso oferece o que existe de mais atualizado na formação de professores para a educação especial inclusiva”.
O reitor Evandro Alberto esteve presente mais uma vez ministrando a aula Magna "A Importância do Parfor Equidade Uespi para o Ensino, Pesquisa e Extensão no Piauí". Ele parabenizou a todos os presentes e ressaltou que os estudantes e professores estão ocupando um lugar de destaque em uma turma de alta qualidade.
“O país precisa de profissionais que trabalhem com educação inclusiva, todos aqui são privilegiados por fazerem parte de uma das quatro turmas do Parfor. Em breve, os estudantes estarão prontos para esse mercado, que oferece muitas oportunidades de trabalho. Parabéns ao Parfor Equidade e a todos que fazem parte desse programa aqui no município”, afirma.
Segundo a coordenadora local do município, professora Lucinalda Carvalho, todos trabalharam para que o projeto chegasse à cidade. Ela afirma que foi criada uma política diferenciada de acolhimento dos professores e alunos, entendendo suas necessidades e flexibilizando situações como períodos de gravidez, lactância e doenças.
“Tratamos todos com cuidado e empatia, como uma mãe que cuida de seus filhos. Para nós, o Parfor é a cereja do bolo, algo essencial e especial que precisa ser cuidado e zelado. A equidade dentro do próprio programa é fundamental. Não poderia ser diferente. Precisamos aperfeiçoar cada vez mais, acolhendo e formando para que nosso município, mesmo pequeno, se destaque na educação e no calor humano”.
Representando a turma, Francisco Nascimento, pessoa com espectro autista, foi aluno da rede municipal de ensino e se destacou na matemática, ganhando duas medalhas honrosas e uma de bronze na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). Após concluir o ensino médio, ele se destacou e ingressou na Universidade Federal do Piauí (UFPI) no curso de Matemática. Quando surgiu o edital do Parfor Equidade, ele perguntou à coordenadora Lucinalda se estava dentro do perfil do programa e recebeu uma resposta positiva. “Ele é um aluno muito querido pela turma e percebemos nele a vontade de aprender e essa era a oportunidade que ele precisava”.
Segundo Francisco, essas conquistas são uma honra, apesar das dificuldades. “Tive que estudar bastante todos os dias com muita persistência e esforço e também vejo a chance de estudar neste curso como uma oportunidade de trabalho”.
O evento também foi marcado pela palestra: “A importância da Formação em Educação Especial Inclusiva”.
As professoras Nadja Carolina e Bruna Rodrigues foram as responsáveis por conduzir esse momento. Elas explicaram como os estudantes podem colocar em prática os conhecimentos que irão adquirir ao longo do curso, além de destacar as estratégias e orientações necessárias para compreender seu papel enquanto discentes e futuros profissionais dentro da sala de aula.
José Lizário, que atua como professor da educação básica no município, explica que, para ele, ingressar no curso será indispensável para sua vida profissional. Além de trabalhar com o público infantil, ele estará se capacitando para dar mais atenção às crianças que necessitam de acompanhamento especial.
“Essa aula inaugural e todos os momentos realizados aqui foram muito importantes para nós. Tudo o que foi apresentado ajudou a esclarecer pontos necessários que serão utilizados na nossa formação, especialmente para mim, que trabalho com alunos que precisam de um cuidado mais adequado. Espero estar cada dia mais capacitado para lidar com as dificuldades e contribuir para entender e ajudar nas limitações dos nossos estudantes da rede municipal”, ressalta.
A coordenadora adjunta do Parfor Equidade, professora Nadja Carolina, enfatiza que o Curso de Educação Inclusiva é justamente voltado para essa atuação e, por isso, contém os assuntos mais atuais da legislação e das técnicas de atuação para o público-alvo da educação especial.
“A Uespi está de parabéns ao trazer para Nossa Senhora dos Remédios um curso indispensável para a formação de professores. Na cidade já temos uma turma de pedagogia pelo Parfor, ou seja, com a chegada dessa nova turma vamos poder fazer um trabalho integrado numa formação voltada para o aluno, que é o público-alvo da educação especial, na perspectiva do atendimento educacional especializado e do ensino colaborativo, que envolve o professor de ensino regular e de ensino especial trabalhando juntos”, finaliza.
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