Professores da UFPI iniciam greve com ato na entrada da universidade em Teresina

03/06/2024 11h48


Fonte G1 PI

Imagem: Divulgação/ADUFPIProfessores da UFPI deflagram greve com ato em frente ao pórtico da universidade.(Imagem:Divulgação/ADUFPI)Professores da UFPI deflagram greve com ato em frente ao pórtico da universidade.

Os professores da Universidade Federal do Piauí (UFPI) iniciaram a greve da categoria com uma manifestação na manhã desta segunda-feira (3). Convocados pela Associação dos Docentes da universidade (Adufpi), membros da categoria realizaram um ato em frente ao pórtico da instituição, na Zona Leste de Teresina.

A greve foi aprovada em assembleia realizada na última terça-feira (28) na sede da Adufpi, em Teresina. Embora a suspensão das atividades estivesse prevista para segunda, alguns professores já haviam interrompido as aulas.

"Pedimos a recomposição do orçamento das universidades, a reestruturação da carreira docente e o revogaço [das medidas educacionais aplicadas nos governos Temer e Bolsonaro]. As perdas não são de agora, mas se acumularam durante os últimos nove anos", afirmou a presidente da Adufpi, Maria Escolástica, no ato em frente ao pórtico.
Imagem: Divulgação/ADUFPIProfessores da UFPI deflagram greve com ato em frente ao pórtico da universidade.(Imagem: Divulgação/ADUFPI)Professores da UFPI deflagram greve com ato em frente ao pórtico da universidade.

Os servidores técnicos e administrativos da UFPI já estavam em greve. No Instituto Federal do Piauí (IFPI), servidores e professores também já estavam com os trabalhos suspensos.

No IFPI, os professores iniciaram a greve em 15 de abril. Já os servidores administrativos de ambas as instituições aderiram ao movimento ainda em 11 de março.

As paralisações fazem parte de um movimento nacional que pede a valorização dos docentes, incluindo reajuste salarial.

Procurado pelo g1, o Ministério da Educação (MEC) disse que "vem envidando todos os esforços para buscar alternativas de valorização dos servidores da educação, atento ao diálogo franco e respeitoso com as categorias" (veja detalhes mais abaixo).

Greve dos servidores
  • No IFPI, servidores administrativos estão em greve desde 15 de março e a instituição emitiu nota oficial a respeito;
  • Na Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar), os servidores também estão em greve desde o dia 15 de março;
  • Na UFPI, devido à greve dos servidores, alguns serviços sofreram alteração desde 15 de março, data de início da paralisação. A instituição divulgou informações sobre as mudanças, como no Restaurante Universitário do campus Ministro Petrônio Portella, em Teresina.
Greve dos professores
  • No IFPI, a greve iniciou oficialmente em 15 de abril;
  • Na UFPI, a greve iniciou oficialmente em 3 de junho;
  • Na UFDPar, a adesão ou não ao movimento grevista deve ser debatida em assembleia.
Imagem: Andressa LopesProfessores do IFPI deflagram greve; servidores estão paralisados há um mês.(Imagem:Andressa Lopes)Professores do IFPI deflagram greve; servidores estão paralisados há um mês.

Reivindicações

Quais as reivindicações dos trabalhadores? Os grevistas requerem:
  • reestruturação das carreiras;
  • recomposição salarial;
  • revogação de normas relacionadas à educação que foram aprovadas nos governos Temer (2016-2018) e Bolsonaro (2019-2022), como o Novo Ensino Médio;
  • reforço no orçamento das instituições de ensino e reajuste imediato de auxílios estudantis.
O que diz o governo

O que diz o governo? O Ministério da Gestão afirma que viabilizou, em 2023, um reajuste linear de 9% no salário dos servidores e de 43,6% no auxílio-alimentação. Segundo a pasta, foi o primeiro acordo firmado com as categorias nos últimos 8 anos.

Para 2024, o governo diz que apresentou uma proposta de:
  • elevar o auxílio-alimentação de R$ 658 para R$ 1 mil;
  • aumentar 51% dos recursos de assistência à saúde;
  • subir o auxílio-creche de R$ 321 para R$ 489,90.
Esses itens estão sendo debatidos com as entidades educacionais em mesas específicas, conforme disse o Ministério da Gestão ao g1.

O Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sisasefe) confirma que o diálogo dos sindicatos com o governo federal começou em junho de 2023, mas "o governo não mostrou um atendimento compatível às demandas da categoria até o momento".

"A partir da reunião de 18/12/2023, os servidores federais da Educação Profissional, Científica e Tecnológica passaram a debater a possibilidade de construir uma greve — a qual foi aprovada em 27/03 com deflagração para 03/04", afirma a entidade de trabalhadores.

Há previsão de retorno às atividades? Não.

Qual é o posicionamento dos alunos? A categoria estudantil está dividida: a maioria, segundo fontes afirmaram ao g1, é contrária à paralisação.

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