Quase 3,5 milhões de alunos evadiram de universidades privadas no Brasil em 2021

03/01/2022 11h21


Fonte G1

Imagem: ReproduçãoDo ano passado para cá, Karen Gandra, de 24 anos, teve que deixar a universidade duas vezes. Primeiro, em agosto de 2020, quando cursava Psicologia em uma instituição privada em Sã(Imagem:Reprodução)
 Os anos de 2020 e 2021 registraram os maiores índices de evasão de alunos do ensino superior privado no Brasil de toda a série histórica. Só neste ano, foram cerca de 3,42 milhões de estudantes que abandonaram as universidades privadas — uma taxa de 36,6% de evasão.

O número só ficou atrás do registrado no ano passado, quando cerca de 3,78 milhões de alunos evadiram das instituições, chegando a 37,2% de abandono. Os índices são de uma projeção feita pelo Semesp, instituto que representa as mantenedoras do ensino superior no Brasil, obtida com exclusividade pela Globonews.
TAXA DE EVASÃO NO ENSINO SUPERIOR PRIVADO BRASIL – PRESENCIAL + EAD

2014: 28,9%
2015: 29,8%
2016: 31,7%
2017: 30,3%
2018: 31,8%
2019: 32,4%
2020: 37,2%
2021: 36,6%
Fonte: SEMESP

O diretor-executivo do Instituto Semesp, Rodrigo Capelato, afirma que os estudantes mais afetados são aqueles com maior vulnerabilidade social. “São os que geralmente precisam trabalhar para poder estudar. A maioria estuda à noite. E tiveram perda de emprego, ou perda de renda por trabalho informal. Eles não conseguiam mais pagar a mensalidade ou não tinham, inclusive, infraestrutura para poder assistir às aulas remotamente”, explica o especialista em educação.

Quando o dado do Ensino a Distância (EAD) é separado do ensino presencial, a taxa é ainda mais alta. Em 2021, houve 43,3% de evasão no EAD — número maior, inclusive, que o de 2020 (40%).

Do ano passado para cá, Karen Gandra, de 24 anos, teve que deixar a universidade duas vezes. Primeiro, em agosto de 2020, quando cursava Psicologia em uma instituição privada em São Paulo. Por conta da pandemia, ela perdeu o emprego — que era sua única fonte de renda para pagar a mensalidade das aulas.

Em 2021, Karen voltou a estudar com a ajuda do noivo, que arcou com os custos da mensalidade até ela conseguir voltar a trabalhar. Mas, alguns meses depois, ela trancou a matrícula novamente. Desta vez, porque não se adaptou às aulas online. "Eu acabei desanimando na questão de estudar em casa, eu não conseguia focar, estava muito difícil."


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