UFPI sofre redução de R$ 1,2 milhão em recursos destinados para bolsas cientÃficas
04/09/2021 08h35Fonte G1 PI
Imagem: DivulgaçãoUFPI sofre redução de R$ 1,2 milhão em recursos destinados para bolsas científicas
As universidades públicas do país estão sofrendo sucessivos cortes em seus orçamentos. Somente em 2021, a redução foi de 37% nas instituições de ensino federais. A Universidade Federal do Piauí (UFPI), por exemplo, teve um corte de R$ 20 milhões em seu orçamento geral para este ano, o que acarretou na diminuição de bolsas científicas de fomento à pesquisa.
A estudante do curso de Comunicação Social, Lanna Artemizia, foi uma das prejudicadas com a redução de recursos para a pesquisa. Ela recebia R$ 400,00 por mês, entretanto, recentemente, recebeu a informação que não receberia mais o auxílio.
“A palavra que define essa sensação é a frustração. A gente se sente frustrado, desmotivado, mas não que o dinheiro seja um fator determinante para eu continuar ou algo do tipo, porque eu pretendo fazer mestrado, doutorado, mas a ausência dessa bolsa desmotiva”, disse.
Outra jovem afetada pelos cortes é a discente do curso de Nutrição, Mylian Mariano, que realiza pesquisas sobre o sistema de vigilância alimentar das gestantes, o que pode contribuir para a construção de políticas públicas para a atenção básica.
“Esse corte na redução das bolsas me causou indignação porque a gente não esperava esse corte tão drástico e essas bolsas durante a graduação, quando a gente consegue essa, elas servem de auxílio para participar de eventos que são pagos, para que a gente consiga apresentar os nossos resultados e também serve de auxílio para adquirir algum recurso eletrônico que a gente possa precisar”, comentou Mylian.
Segundo o diretor-geral de orçamento e convênios da UFPI, Ricardo Alaggio, os investimentos para a pesquisa caíram de R$ 6 milhões para R$ 4,8 milhões. Assim, foram priorizados os pagamentos das bolsas de assistência estudantil.
“Ficamos muito preocupados porque é uma atividade ligada ao ensino e outras ligadas a assistência. Nós conseguimos remanejar de outras rubricas, e mesmo assim não foi possível manter o nível do ano passado. Todas as universidades federais passaram por este problema. Tivemos a estratégia, não fizemos isso aleatoriamente, e decidimos manter todas as bolsas de assistência social, que são três mil”, explicou o gestor.
Para o professor do Departamento de Matemática da instituição, João Carlos Souza, as pesquisas também devem ser priorizadas. “Apesar de a universidade ter que se adaptar aos cortes, ao meu ver há uma clara política da administração superior em uma determinada linha e essa linha é a pesquisa. Um erro grave. A pandemia está deixando claro para todos que a pesquisa é a saída para os problemas e para o desenvolvimento tecnológico para melhorarmos as nossas vidas”, argumentou.
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