USP remarca concurso público cancelado após sobrinhas de funcionária ficarem em 1º e 2º lugar

31/07/2022 14h08


Fonte G1

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Quando os resultados foram divulgados, em 25 de junho, participantes estranharam o mesmo sobrenome (Pimenta) das duas primeiras colocadas e o parentesco delas com uma funcionária d(Imagem:Reprodução)
A Universidade de São Paulo (USP) remarcou para 18 de setembro a nova prova do concurso público para técnicos de enfermagem do Hospital Universitário (edital nº 47/2022), após o cancelamento da versão aplicada em junho deste ano. Apenas quem já estava inscrito poderá participar.

Na última sexta-feira, o g1 revelou que os resultados deste processo seletivo haviam sido anulados após suspeita de favorecimento a duas candidatas.

As irmãs Jessica e Bruna Pimenta, que passaram em 1º e 2º lugar, são sobrinhas de Sueli Barros, funcionária de um departamento do H.U. que participou da elaboração da prova.

Eram quase 7 mil candidatos disputando 22 vagas (com remuneração de R$ 4,9 mil). De todos eles, só as duas jovens acertaram as 40 questões de múltipla escolha e tiraram a nota máxima.

Quando os resultados foram divulgados, em 25 de junho, participantes estranharam o mesmo sobrenome (Pimenta) das duas primeiras colocadas e o parentesco delas com uma funcionária do hospital. Procuraram, então, a ouvidoria da USP.

Segundo a Comissão de Apuração da universidade, instaurada em 30 de junho para investigar as denúncias, não há evidências concretas de vazamento do exame. No entanto, foram constatados:

problemas de segurança no processo de conferência do gabarito;
potencial risco de vazamento das respostas;
e "conflito de interesses decorrente da participação no processo de conferência do gabarito de um funcionário aparentado com dois candidatos do concurso".
Sueli, Jessica e Bruna negam as acusações e afirmam que estão sofrendo assédio e ameaças pelas redes sociais.

Ao g1, a funcionária Sueli afirmou que já prestou depoimento. "O que tenho para falar é que não participei deste processo [seletivo], gostaria que as pessoas que levantaram este fato apresentassem provas”, disse. “Tenho 34 anos de Hospital Universitário, sempre mantive a ética. Quem está falando isso [do favorecimento], nem sei quem é, mas deve estar frustrado por não ter a mesma competência.”

"Tem que ter provas, e não existem provas contra mim e minha irmã", escreveu Jessica, em mensagem enviada para o g1.


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