Atrasada, obra da Copa no PI passa por adaptações e deve ser retomada
17/03/2014 11h28Fonte G1 PI
Depois de mais de um ano paralisada, a obra da Vila Olímpica de Parnaíba deve ser finalmente retomada no mês de março. De acordo com o presidente da Fundespi, Marco Aurélio Sampaio, o órgão aguarda apenas trâmites burocráticos para fazer o pagamento da segunda parcela para a construtora responsável, o que deve acontecer nas próximas semanas. O resto do projeto, que inclui a construção de um estádio, deve passar por adaptações. O Governo do Piauí lançou o projeto para que Parnaíba, litoral do estado, fosse escolhida como Centro de Treinamento para alguma seleção na Copa do Mundo. A 87 dias para o evento no Brasil, a Vila Olímpica ficou apenas no papel.Imagem: Flávio Meireles/GLOBOESPORTE.COMCom problemas na execução, obra deve ser retomada em março.
Desde o fim de 2012 que a obra passa por problemas na execução. A construtora Getel foi a vencedora da licitação para realizar a primeira etapa da obra (terraplanagem e construção das quadras), custando o valor aproximado de R$ 4 milhões. No entanto, pouco tempo depois paralisou os trabalhos por não receber o pagamento da primeira parcela.
A Fundespi alega que teve um problema com a Caixa Econômica Federal, que não liberou os recursos empenhados por supostas irregularidades na licitação. Agora, o presidente do órgão estadual afirma que o problema foi resolvido, ainda no final de 2013, e apenas trâmites burocráticos impedem a retomada do serviço, que deve acontecer em breve.
- Ainda há algumas pendências de pagamento, pois não pagamos tudo o que foi licitado até agora. Quitamos os R$ 2 milhões do que já foram executados, e a empresa aguarda o resto do pagamento para voltar ao trabalho, mas acredito que isso deve ser resolvido até a próxima semana. Imediatamente após, as obras serão retomadas – afirma Marco Aurélio Sampaio.
Imagem: Wenner TitoClique para ampliarMarco Aurélio Sampaio, presidente da Fundespi, garante que estudo de viabilidade da Vila Olímpica está 90% concluído.
Projeto deve ser adaptadoAinda em 2013, o Tribunal de Contas da União incluiu a Vila Olímpica de Parnaíba entre as obras federais que deveriam ser paralisadas por gerar prejuízos aos cofres públicos. A razão seria a grandiosidade da obra, que não teria demanda suficiente na cidade do litoral piauiense, que tem apenas 145 mil habitantes. O principal ponto de contestação seria a construção de um estádio de futebol para 45 mil pessoas dentro da Vila e a ausência de estudos de viabilidade técnica e econômica da obra na cidade.
O TCU encaminhou o pedido de bloqueio dos repasses federais para a obra ao Congresso. No entanto, a Comissão Mista de Orçamento não acatou a recomendação e liberou a obra. Ainda assim, a Fundespi está preparando o estudo de viabilidade e o projeto pedagógico, para satisfazer as cobranças do tribunal.
- Se não me engano, o estudo de viabilidade técnica e econômica já está 90% concluído. O projeto pedagógico ainda estamos tentando contratar uma pessoa de Brasília, mas acredito que em menos de dois meses isso estará pronto – diz Marco Aurélio.
A principal alteração deve acontecer no estádio, responsável pela maior parte dos recursos de R$ 200 milhões previstos para a obra inicialmente. A ideia original era de um estádio para 35 mil pessoas, quase um quarto da população da cidade. Agora estuda-se a possibilidade de reduzir a capacidade.
- O projetista responsável é o mesmo que fez o projeto da Arena Fonte Nova para a Copa do Mundo. Ele fez o projeto com capacidade para 35 mil pessoas, mas disse que isso pode ser facilmente reduzido para 25 mil ou 15 mil pessoas. É a sugestão que vamos passar para o tribunal, o estádio com menores proporções – diz o presidente da Fundespi.
Entenda o caso
Quando foi lançado, o projeto da Vila Olímpica fazia parte da intenção do governo estadual de que Parnaíba servisse de Centro de Treinamento para uma das seleções participantes da Copa do Mundo. A ideia, no entanto, foi por água abaixo por conta dos atrasos na execução das obras.
Mas a construção foi mantida para ser usada pela prática de esportes dos próprios parnaibanos. O projeto incluía ginásio coberto, quadras de vôlei de praia e poliesportivas, piscinas, pista de cooper, ciclovia, e outras estruturas, como um anfiteatro e um centro de artesanato, além de um estádio de futebol.
O valor total da construção total da Vila Olímpica de Parnaíba seria de cerca de R$ 200 milhões. Deste montante, pouco mais de R$ 180 milhões seriam destinados para a construção do estádio, que o TCU considerou muito grande para a demanda da cidade. Parnaíba possui apenas um time profissional, que atualmente disputa apenas o Campeonato Piauiense e não tem vaga garantida em nenhuma competição regional ou nacional.
Apenas R$ 17 milhões foram empenhados até agora, valor referente à construção da Vila Olímpica sem o estádio. Desse valor, apenas R$ 4 milhões foram licitados, no processo vencido pela Getel para fazer a terraplanagem e construção das quadras, que se encontra paralisada no momento.
Imagem: Josiel MartinsProjeto fazia parte para incluir Piauí na Copa do Mundo de 2014.
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