Clubes de corrida revelam atletas e novo estilo de vida para teresinenses

16/08/2014 13h16

Fonte G1 PI

Todas as cidades têm seus horários de pico. Quando na maioria das capitais do país o trânsito para e cultiva o estresse das avenidas, Teresina corre por um caminho diferente. Ser saudável e procurar uma atividade física, mesmo após horas de trabalho ou estudo, virou uma regra. Os clubes de corrida são febres e recebem pessoas em busca de uma atividade regular de melhoria de vida e os primeiros passos para iniciar uma atividade esportiva.

O empresário Ney Paranaguá resolveu mudar de vida e o caminho encontrado foi as ruas da cidade. Considerando-se hoje um espírito livre que costuma correr pela cidade para conhecer novos lugares, Ney lembra que nem sempre foi assim. Quando encontrou um grupo de corrida, a diabetes apresentava taxas ruins e o sobrepeso também não ajudava.

- Eu tinha 130kg quando iniciei e hoje tenho 90kg. Nunca tomei nenhum medicamento para emagrecer. Tive um acompanhamento em busca de uma alimentação adequada, mas a corrida foi fundamental, pois trouxe um estado de saúde física e também ajuda muito no equilíbrio psicoemocional – relatou o empresário do ramo de tecnologia.

Desbravar a capital é uma segunda atividade enquanto corre e vai além dos locais mais óbvios que são corredores destinados à atividade na cidade. Ney não se contenta e prefere percorrer os bairros da cidade.

- Eu gosto de correr por Teresina, conhecer a cidade através da corrida. O que me chama atenção é a gente conhecer locais que não fazem parte do seu dia a dia e acaba tendo a impressão que você visita uma nova cidade. Teresina tem aspectos que merecemos conhecer, ir para os bairros é uma aventura muito interessante – completa.

Daniel França é coordenador de um dos grupos de corrida da capital, além de atleta. Seu grupo presta assessoria para os novos corredores. A intenção não é revelar atletas, mas sim criar possibilidades de melhorar a vida das pessoas por meio do esporte. Formado em Educação Física, ter uma academia nunca foi o sonho dele, atual recordista do estado no Ironmen. O objetivo sempre foi ter um clube de corrida.

- Meu sonho sempre foi tirar gente da vida sedentária e botar na vida da atividade física. Teresina está respirando esporte, são muitos clubes de corrida. Há dez anos você tinha poucos adeptos, hoje é um verdadeiro formigueiro. A cidade vem desenvolvendo locais, mas ainda falta um lugar como o Parque da Cidade para que as pessoas não precisem disputar com os carros – comenta o brasiliense, que há 14 anos adotou Teresina como seu novo lugar.


Carreira

Dentro das corridas existe outro lado: os daqueles que começam de forma despretensiosa, mas acabam descobrindo uma oportunidade no esporte. Laércio Sousa começou a correr para ocupar o tempo ha oito anos, mas agora a brincadeira virou carreira. Classificado para participar do Brasileiro Sub-23 de corrida, em novembro, ele já pensa até em Olimpíada.


- Eu fui incentivado dentro do grupo de corrida do qual eu participo. Há pouco mais de quatro anos iniciei os treinos para me tornar um atleta profissional e agora fui classificado para o Brasileiro Sub-23. Meu objetivo hoje é buscar uma classificação para as Olimpíadas do Rio 2016 nas provas de fundo, 5 e 10 mil quilômetros – projeta o piauiense, fã de Marílson dos Santos.

Eduardo Raimundo é paulista e chegou a Teresina há pouco mais de cinco anos, quando montou uma assessoria esportiva para orientar aquelas pessoas que desejavam fazer uma atividade esportiva. Assim que chegou, ele relata que somente duas empresas faziam esse trabalho. Hoje a cidade já conta com sete no segmento.

- Observamos que o crescimento e a procura pela atividade física tem crescido muito, em especial a corrida. A consciência das pessoas vem crescendo bastante em relação à procura das assessorias esportivas e os clubes de corrida para fazer essa atividade física com acompanhamento - explica Eduardo Raimundo, educador físico e coordenador de assessoria esportiva.

Domingo, às 5 horas, um treino comum chega a reunir até 300 atletas somente com a comunicação boca a boca. Em corridas, com um mínimo de anúncio, chega a ter mil pessoas nas ruas. Bons números que ressaltam a importância da atividade. Mas apesar do crescimento, Eduardo Raimundo alerta que o mercado ainda não está totalmente desenvolvido.

- Embora tenhamos dificuldades regionais, a temperatura e condições climáticas, que não são tão favoráveis para a prática, temos um horário limitado para o desenvolvimento da modalidade. A projeção e expectativa é que nós ainda não atingimos 10% do potencial que essa modalidade pode oferecer aqui em Teresina. Estamos só começando – afirma.

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