Com 41 anos e cogumelos, gramado do Albertão nunca passou por reforma
08/10/2014 10h47Fonte G1 PI
A estrutura imponente chama a atenção no bairro Redenção, na zona Sul de Teresina. O cartão postal é o maior estádio do Piauí, com capacidade para 44 mil torcedores. Do lado de dentro do estádio Albertão, os corredores contam um pouco da história do gigante de concreto, com 41 anos completados há poucos dias. Mas a falta de cuidados se evidencia das mais diferentes formas. Em flagrante durante treino do River-PI, na disputa da Série D do Campeonato Brasileiro, cogumelos se multiplicavam na linha do meio de campo (veja no vídeo acima). Durante mais de quatro décadas, o Albertão não passou por uma grande reforma, apenas recebeu alguns reparos, e o gramado é o mesmo da partida inaugural entre Tiradentes-PI 0 a 0 Fluminense, em agosto de 1973, com a presença ilustre do goleiro Félix, goleiro do tricampeonato da Seleção.Bastou meia hora de análise sobre o tapete de grama para o a constatação ser ainda mais grave. Segundo o botânico Nelson Alencar, há pelo menos quatro espécies diferentes de vegetação, que se reproduzem a cada dia.
Imagem: Renan Morais/GloboEsporte.comCogumelos no meio de campo do estádio Albertão.
- É um campo muito quente e muito úmido, porque tem irrigação e a existência do fator sol. É o ambiente propício para a chegada de cogumelos, e o fato deles permanecerem aqui já mostra como é feito o trabalho de jardinagem - analisa.
Imagem: Renan Morais/GloboEsporte.comFungos se espalham pelo gramado que nunca foi trocado desde 1973.
O goleiro Toinho, campeão brasileiro pelo São Paulo, em 1977, fez suas primeiras defesas no imponente estádio quando ainda atuava nos clubes do Piauí. Hoje, com as luvas penduradas, o ex-camisa 1 lamenta a falta de cuidados.
- Dá pena ver hoje aquelas ramas tomando de conta do Albertão, que naquela época era só gramado. Não que esteja fazendo críticas ao Albertão, mas alertando as autoridades porque poderíamos ter jogo aqui a nível de campeonato nacional. Daria uma renda excelente. O Piauí precisa acordar para a realidade do futebol.
Contudo, apesar da falta de cuidados e da morosidade com a troca completa do gramado, a drenagem ainda funciona. As estruturas sob o terreno foram algumas das ideias contidas no projeto, que seguia os mesmos moldes do Mineirão, em Belo Horizonte.
- Aqui no bairro Redenção, nós encontramos essa área ideal. Primeiro que era um vale. Então, toda a terraplanagem já estava pronta. Só fizemos encaixar o estádio nessa área. Fizemos toda essa estrutura em um ano e meio – diz Cid Dias, um dos engenheiros responsáveis pelo erguimento do Albertão.
Imagem: Renan MoraisAlbertão é o maior estádio do Futebol Piauiense, com capacidade para mais de 44 mil pessoas.
Para o preparador físico do River-PI, Felipe Dias, sem um gramado de qualidade, o jogo os jogadores da equipe tiveram inúmeros problemas físicos na disputa da Série D do Campeonato Brasileiro.
- Há uma sobrecarga grande na musculatura dos membros inferiores, que fazem com que os jogadores tenham esse desempenho um pouco abaixo do que poderiam estar. O futebol enfatiza especialmente coxa e panturrilha. Na coxa temos as regiões anterior, posterior e medial, e panturrilha com as duas porções do tríceps. Toda essa parte fica um pouco comprometida com campo de não tão boa qualidade como é o nosso Albertão hoje em dia - afirma.
Imagem: Renan Morais/GloboEsporte.comAlbertão reluta em meio aos poucos cuidados em Teresina.
A assessoria de comunicação da Fundespi informou que um projeto técnico foi elaborado pela equipe de engenheiros, contemplando as partes elétrica, sanitária e hidráulica, mas não inclui a troca de gramado.
Imagem: Daniel CunhaRiver-PI utilizou Albertão na disputa da Série D há poucos dias.
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