Crise no Tiradentes-PI: presidente é acusado de manipular eleição no time

03/12/2013 15h40

Fonte G1 PI

A semana começou com notícias nada boas para o Tiradentes-PI. Depois da prisão do ex-treinador da equipe feminina, o tenente Elivaldo Morais, acusado de participação de um esquema que pretendia fraudar o concurso da Polícia Militar do Piauí, agora é a vez do presidente, o coronel Kleber Bezerra, se preocupar com a Justiça. Ele está sendo acusado de ter manipulado a eleição da diretoria executiva e movimentar a conta do clube de forma irregular.

A denúncia parte do ex-presidente da Sociedade Esportiva Tiradentes, o coronel Jaime Oliveira. O oficial militar entrou com uma ação na 1ª Vara Cível de Teresina para destituir a atual direção e convocar novas eleições no clube. De acordo com Oliveira, todo o processo eleitoral da atual administração foi viciado e está atrasado há mais de cinco meses, tendo em vista que um novo pleito deveria ter ocorrido em julho.

- A eleição que conduziu o coronel Kleber Bezerra à presidência do Tiradentes-PI foi feita de forma sorrateira, tendo em vista que aconteceu em horário de expediente e com apenas 14 oficiais votando, de mais de 600 aptos. E desses quatorze, 11 eram do Corpo de Bombeiros – enfatizou o coronel Jaime Oliveira.

A eleição aconteceu em julho de 2011, dentro do Corpo de Bombeiros, e em um prazo recorde de apenas cinco minutos. A ata foi em seguida reconhecida firma e levada para a Federação de Futebol do Piauí (FFP), que aceitou o processo. Entretanto, Jaime Oliveira conta que tudo isso aconteceu de forma viciada e que todas as outras entidades, como a FFP e a própria CBF, caíram no que ele chamou de “armação” (veja vídeo ao lado).

- Ele infringiu vários tópicos do estatuto do clube para realizar a eleição e no final não registrou a ata em cartório. Apenas reconheceu firma, colocando como secretário pessoas que nem estavam presentes. Eu mesmo já fiz uma pesquisa nos quatro cartórios de registro da capital piauiense e não achei a ata registrada. Só no Campeonato Brasileiro Feminino, o Tiradentes-PI recebeu R$ 36 mil do patrocinador da competição e da CBF – explicou o coronel.

Jaime Oliveira ressalta que não pretende ser candidato à presidência do Tiradentes-PI. Porém, quer ver a situação do clube regularizada com um presidente eleito de forma correta. O oficial acrescenta que o clube tem mais de três mil associados e que arrecada mais de R$ 20 mil por mês, montante resultado do desconto feito nos contracheques dos militares.

- Sou sócio do Tiradentes-PI desde 1977 e já presidi o clube há 15 anos. Não quero mais ser, o que eu quero é que o clube seja comandando da forma correta, através de eleições atendendo todas as determinações do Estatuto. Por isso, entrei na Justiça – pontuou.

O GloboEsporte.com tentou entrar em contato com o coronel Kleber Bezerra para comentar as denúncias. Mas, o presidente não respondeu as ligações.

Caso Elivaldo

Elivaldo Morais é acusado de mediar, por até R$ 10 mil, a venda de gabaritos para os candidatos do concurso da Polícia Militar. Segundo as investigações, após receber o gabarito de uma candidata contratada para realizar a prova, Elivaldo faria a transmissão dos gabaritos através de um aparelho celular para candidatos que pagaram a fraude.

Em entrevista ao G1 Piauí, o advogado de Elivaldo Morais, Esthéfano Morais, afirmou que a prisão aconteceu por conta de um desafeto no Tiradentes-PI, time vinculada à Polícia Militar do Piauí. Esthéfano esclareceu que o treinador não vendeu gabaritos da prova.

Na manhã desta segunda-feira (02), Elivaldo Morais foi afastado do comando técnico do Tigrão. O coronel Kleber Correia, presidente do clube, informou que um novo nome para o cargo está sendo discutido para a temporada 2014.

No comando do Tiradentes-PI, Elivaldo Morais levou o time à sexta colocação do Campeonato Brasileiro Feminino. Durante a campanha, foram quatro vitórias, um empate de cinco derrotas. Há mais de seis anos no clube, o treinador era uma referência do futebol feminino no Piauí.

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