Em rotina exaustiva para Enem, atletas usam o handebol como superação
08/11/2014 11h15Fonte G1 PI
Imagem: Wenner TitoRamon Avelino e Marco Antônio, atletas do Caic Balduíno farão o Enem 2014.
Milhares de estudantes brasileiros estarão concentrados neste fim de semana na prova do Enem, o Exame Nacional do Ensino Médio, principal chance para ingressar na universidade. Além das horas de estudo e de sono perdido para conciliar as aulas normais com o conteúdo da prova, alguns ainda têm que lidar com obstáculos a mais. É o caso dos atletas do Caic Balduíno, que conciliam escola, estudo em casa e treinos de alto rendimento. Uma rotina que exige organização e determinação na busca do objetivo.
Um destes exemplos de determinação é Ramon Avelino. O atleta de apenas 16 anos está ainda no segundo ano do Ensino Médio, mas faz o Enem desde 2013 como treino para a prova real, quando ele tentará uma vaga nos cursos de Engenharia Mecânica ou Educação Física. Acostumado a exigir o máximo de si no esporte, ele sabe que preparação é a chave para alcançar os resultados.
Para tanto, a sua rotina quase não tem espaço para tempo livre. Acordando todo dia às 6h30 da manhã, ele vai para academia por duas horas antes de retornar para casa e começar os estudos para o Enem até a hora do almoço. Depois são quase duas horas divididas em dois ônibus coletivos para atravessar Teresina, do bairro Porto Alegre, na Zona Sul, até a Vila Bandeirante, na Zona Leste, onde estuda no Caic Balduíno. Depois da escola ainda tem mais de duas horas de treino com o time de handebol vice-campeão mundial escolar. Reclamar? Não é com Ramon, que vê a rotina que tem como uma necessidade.
- É um pouco cansativo, mas quando a gente queremos algo que é bom, que a gente gosta, é preciso ir à luta – revela.
Companheiro de treinos de Ramon, Marco Antônio já está no terceiro ano do Ensino Médio e vê no Enem a chance de ingressar no curso de direito. A rotina dele, além dos estudos, escola, academia e treinos, ainda inclui o trabalho de assistente de chaveiro, que ocupa suas manhãs três vezes por semana.
Os momentos para estudar são alguns minutos antes do almoço e também depois dos treinos, passando das dez da noite. O esporte de alto rendimento não é visto por Marco Antônio como um empecilho para os estudos. Apesar do tempo gasto, ele se sente motivado.
- Se organizando sempre dá (para estudar). A gente que é esportista fica com mais fôlego para incentivar o estudo, porque é prazeroso – comenta.
O que não falta aos garotos é apoio para conseguir o sucesso, seja no esporte como nos estudos, principalmente neste último. O treinador do Caic Balduíno, Giuliano Ramos, cobra diariamente nos treinos de handebol, mas lembra que a parte acadêmica é fundamental para ter sucesso também fora das quadras.
- É uma tecla que eu vivo batendo, para eles não tirarem o foco do estudo por causa do esporte. Em primeiro lugar vem o estudo, tentar entrar na vida universitária. Se der para conseguir conciliar o esporte junto com a universidade, melhor ainda – afirma.
Os resultados conquistados em quadra são expressivos. Com o mesmo talento e determinação que exibem com a bola na mão, estes garotos servem de exemplo ao aplicar isso nos estudos e gabaritarem a vida, como atletas e estudantes de primeira linha.