Envolvido em polêmica no Caiçara, Ari Santos rebate: "Acusação infundada"

25/04/2015 11h42

Fonte G1 PI

A relação entre o empresário Ari Santos e o Caiçara não terminou de maneira amistosa. Em meio às polêmicas e trocas de acusações, o certo é que o Leão do Norte deixa de ter seu principal investidor na temporada. Desde a chegada a Campo Maior, o empresário foi responsável pelo suporte à equipe para a montagem do atual elenco. Com a chegada dele em janeiro deste ano, também vieram os reforços para o grupo alvirrubro. Com a instabilidade administrativa abalada por conta da saída do empresário, o técnico Paulo Isidoro chegou a pedir demissão do clube, mas voltou atrás na decisão. O empresário revelou nesta sexta os detalhes do rompimento.

- O acordo ficou estipulado que eu traria a comissão técnica e alguns jogadores, mas que não bancaria todas as despesas sozinho, até mesmo porque não tenho condições de subsidiar um clube. Os valores das rendas dos jogos ficaram 80% para minha empresa e 20% para o Caiçara. No dia 10 de fevereiro, o clube realizaria o primeiro repasse para pagamento dos atletas, mas não foi feito. Fui até a Prefeitura e expliquei a situação. Aluguei casa para os jogadores, arquei com gastos que não eram meus e não tive condição de cumprir o compromisso com os jogadores. O prefeito então autorizou a liberação de 15 mil reais no dia 18 de março - detalhou.


O presidente Francisco Ispo apontou que parte do salários dos jogadores e da comissão técnica estão atrasados, fato contestado pelo ex-investidor do clube.

- No mês seguinte (abril) mais uma vez tivemos problemas quanto aos repasses. Me reuni com a diretoria e cobrei deles posicionamento para a situação, mas não tive respostas. Expliquei para os atletas que, deste modo, não teria condição de continuar. No dia 19 de abril, a Prefeitura liberou 20 mil e no dia seguinte mais 15 mil. Fizemos os pagamentos, mas ainda assim não conseguimos sanar todas as dívidas. Ficamos com pendências com o Juninho Cearense, Rinaldo, Fernando e o André.

Os rumores de uma debandada de atletas após o rompimento com o empresário perdeu força. Os dirigentes do clube confirmaram o interesse do elenco em permanecer e se dedicar ao título do segundo turno. Sensação da primeira metade do estadual, o Caiçara retoma o Piauiense na quarta, contra o River-PI, em Campo Maior.


Confira a entrevista com Ari Santos, ex-investidor do Caiçara:

GloboEsporte.com - Você atuou como empresário no clube sem nenhum vínculo. Você se arrepende de não ter assinado contrato com o clube?

Ari Santos: Desde que cheguei a Campo Maior, pensei estar lidando com pessoas sérias, por isso não me preocupei em fazer o contrato. Hoje reconheço que errei ao não tomar essa atitude. Em nossa primeira reunião, estive presente com o (Francisco) Ispo, juntamente com Domingos José e Gomes Neto, os quais foram apresentados como sendo da diretoria. Depois descobri que não tem nenhuma ligação formal com o clube.

O presidente do Caiçara alegou o sumiço dos uniformes do time. Você sabe onde estão?

- Quanto aos uniformes, estão comigo. A história que a diretoria disse que eu teria fugido com o material é mentira. Estou de posse dele, mas estou em Campo Maior e não fugi. Eles (membros da diretoria) tentaram invadir a casa onde os jogadores estão hospedados na minha ausência para pegar os uniformes, e o massagista não permitiu. Só devolvo ao prefeito da cidade, pois não preciso de material esportivo.

Como você vê o futuro do Caiçara sem Ari Santos como investidor?

- O Caiçara acabou na última quarta-feira, depois da nossa reunião. Afirmo agora que o time não demora a voltar à condição que estava antes. O time não chegou em 10 anos nas mãos do Ispo onde chegou comigo em três meses. Eles estão denegrindo até a imagem da Prefeitura quando alegam que eu recebi dinheiro e sumi. Contratei um advogado e vou abrir processo contra a eles por essas acusações infundadas.