Estreante, árbitro do badminton revela aflição: "Decidimos por milÃmetros"
30/07/2016 13h00Fonte Globoesporte.com
Lohaynny Vicente, no feminino, e Ygor Coelho, no masculino, serão os representantes brasileiros do badminton na Rio 2016. A dupla carrega o peso de fazer a estreia do Brasil na modalidade em edições de Jogos Olímpicos. Tamyack Macêdo, aos 27 anos, também vai ter uma baita responsabilidade na Olimpíada: será árbitro de linha do badminton, responsável em acusar quando a peteca cair fora dos limites da quadra. Técnico, professor de educação física e ex-diretor da Confederação Brasileira de ParaBadminton,Tamyack tem uma rotina intensa de preparação para os Jogos desde o ano passado. A seis dias do início da cerimônia de abertura, o piauiense revelou que o frio na barriga é como se fosse um atleta.
Até os Jogos, a preparação é um ponto primordial para Tamyack. Os treinos com os atletas em Teresina são feitos por pelo menos duas vezes por semana. É apenas uma das diversas formas de treinamentos realizados pelo árbitro.
Imagem: Stephanie PachecoClique para ampliarTamyack será árbitro de linha nas disputas do badminton dos Jogos.
Além das competições nacionais e internacionais na currículo, o treinador vai passar três dias na integração do Comitê Olímpico Brasileiro. A preocupação é não errar e muito menos prejudicar alguma delegação.
- Tem atletas que se preparam por inúmeros meses e anos pelo ciclo olímpico. Por isso, a minha preparação deve ser ainda mais intensa. Os erros devem ser minimizados. Ainda mais na minha posição que é árbitro de linha. Em alguma competição, decidimos por milímetros se o ponto foi válido ou não. Às vezes, você pode prejudicar um atleta por uma falha sua - explicou.
Tamyack foi escolhido pela Federação Mundial da modalidade para compor o quadro de 80 árbitros de linha durante a Olimpíada do Rio. Com uma vasta experiência e especialização em cursos nacionais e internacionais, a convocação para a Rio 2016 veio em maio desde ano e recebida com muita comemoração.
- Fiz meu curso de preparação em São Paulo, participei dos três torneis internacionais que eram exigidos para quem queria ser árbitro na Olimpíada: evento-teste, Brasil Internacional e o Yonex, que são os maiores eventos que aconteceram de 2015 para cá. Está dando um friozinho na barriga. Estou contando os dias, tentando preparando tudo para que dê tudo certo - disse, ansioso, o árbitro.
Tamyack conheceu o badminton ainda durante os tempos de universidade. Desde 2007, a paixão pela modalidade traz para o hoje ex-atleta feitos históricos. O sonho de participar dos Jogos Olímpicos veio dois anos depois, após se aprofundar na parte técnica da modalidade.
- Como árbitro nunca imaginei de participar. Toda criança, adolescente sonha em participar de uma Olimpíada, mas como atleta. Como vi que não poderia participar assim, me realizo com meus atletas, treinando minha equipe e também exercendo minha profissão de educador físico e na área da arbitragem. Foi uma grande conquista, saber que dentre tantos fui escolhido para um grupo seleto como esse - destacou.
A delegação de arbitragem de badminton dos Jogos Olímpicos vai contar ainda com outros quatro árbitros piauienses: Ederson Luís, Nuryan Macêdo - irmã de Tamyack - Mário Paiva e Rosana Sousa. Eles viajam no próximo dia 7 de agosto e ficam no Rio de Janeiro até o dia 21. A escala de arbitragem vai funcionar através de sorteio, que será realizado antes das partidas.