Galo identifica suspeito e acusa máfia: "É algo que não aconteceu só agora"

15/10/2015 17h05

Fonte Globoesporte.com

Um conjunto de fatores permitiu a entrada clandestina de espectadores na vitória do River-PI sobre o Lajeadense no jogo de ida das quartas de final da Série D. A conclusão a que chegaram os representantes de River-PI e Federação de Futebol do Piauí foi tema da entrevista coletiva desta quinta na sede da entidade, em Teresina. O registro feito por um cinegrafista amador mostra um homem, que teve sua identidade preservada, recebendo ingressos sem leitura do código de barras e dinheiro sem o devido controle. A diretoria do Galo se sentiu lesada e ameaçou registrar um Boletim de Ocorrências na Polícia Civil.

- Não creio que o River-PI será ressarcido com relação aos valores na renda do jogo. A nossa intenção é denunciar esse caso para que novas dores de cabeça não aconteçam mais. Queremos dar um basta nisso. É algo que não aconteceu só agora, já vem ocorrendo ao longo dos anos e, somente depois desse escândalo, veio à tona. O rapaz que estava recebendo o dinheiro estava muito seguro daquilo que estava praticando. Recebia dinheiro na cara dura, sem medo algum de ser repreendido. Já tinha esse costume - enfatiza Aguiar.


A estrutura do estádio Albertão, a falta de internet de qualidade bem como a demanda de torcedores no lado externo da praça esportiva foram os principais agentes causadores do transtorno segundo o presidente Elizeu Aguiar. A partida teve 15.024 pessoas no total, sendo 12.748 pagantes (renda de R$ 257.030,00), números que, segundo o dirigente tricolor, poderiam ter sido mais positivos caso houvesse rigidez nos portões de acesso. A Fundação de Esportes do Piauí (Fundespi), órgão responsável pela administração do estádio, não foi encontrada para falar sobre o caso.

- Claro que a demanda de torcedores e alguns problemas atrapalharam na venda e na conferência dos ingressos. O Albertão tem uma estrutura muito velha, o que nos impossibilita uma fiscalização mais eficaz. A intenet lá não ajuda, pois o sistema funciona através dela. Outra coisa, o torcedor também precisa comprar o ingresso de forma antecipada, assim nos ajuda e não compromete a segurança. Vou formalizar a ocorrência na tarde de hoje. Além disso, ainda tivemos ingressos falsificados e cambistas nos arredores fazendo a festa. Foram quase três mil pessoas que entraram sem pagar na segunda. A bronca é grande, mas vamos colocar um ponto final nisso tudo - completa o dirigente.

O homem mostrado nas imagens foi identificado e, segundo a FFP, não é funcionário do estádio e atuou na ocasião como colaborador.

- As irregularidades são muitas. No caso específico do rapaz que estava recebendo ingressos na mão e dinheiro direto na catraca, já sabemos de quem se trata. Não é funcionário da Fundespi, nem do River-PI e muito menos da FFP. Conversei com o Numeriano sobre ele, e as informações que tive é de um rapaz que uma vez ou outra presta serviços esporádicos no estádio. O nome não sei, mas vai ser passado para investigação. É uma situação chata, mas a Federação está disposta, juntamente com o River-PI, para solucionar esse caso. Sabemos da falta de estrutura que o Albertão tem para receber grandes jogos, e isso certamente atrapalhou na entrada para esse último jogo. Vamos buscar saber quem estava envolvido nisso para tomarmos todas as soluções para evitar nova fraude - declarou Cesarino Oliveira.

Caso o River-PI avance à semifinal da Série D, clube e federação prometeram unir forças para coibir novos casos. A entidade cogita acionar a Polícia Militar para reforçar a segurança na área externa do estádio em uma eventual sequência tricolor no Brasileirão.

- Temos um entendimento e uma relação muito boa com a Polícia Militar. Vamos ter outra reunião com o comandante para reforçar ainda mais a segurança externa, principalmente durante a formação das filas para que sejam evitados tumultos ou confusões - completou Cesarino.

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