Irmãos de 'famosos', judocas negam pressão por sobrenomes na seleção

26/10/2013 10h24


Fonte G1 PI

Imagem: Emanuele Madeira/GLOBOESPORTE.COMClique para ampliarGiulia Penalber vê parceria benéfica na seleção.(Imagem:Emanuele Madeira/GLOBOESPORTE.COM)Giulia Penalber vê parceria benéfica na seleção.

Sobrenomes famosos no mundo dos esportes vêm sempre recheados de títulos, feitos inéditos e muitas cobranças. No automobilismo, no boxe, na ginástica, no vôlei e no judô não é muito diferente. Raquel Silva e Giulia Penalber tem sobrenomes fortes dentro da atuação da seleção principal, mas afirmam não existir essa cobrança exacerbada que o próprio sobrenome pode sugerir.

Pressão não, parceria. É assim que as judocas encaram a dinâmica de perguntas sobre a carreira dos seus irmãos. Raquel Silva (-52kg) é irmã mais velha da campeã mundial Rafaela Silva (-57kg) e Giulia Penalber (-57kg) é irmã do vice-líder da categoria até 81kg, Victor Penalber.

- Ele é um ídolo dentro de casa, não existe pressão por ser irmã dele. Na verdade, a proximidade faz com que a gente tenha uma comunicação melhor. Ele me aconselha bastante, principalmente depois das lutas. É como se ele fosse um auxiliar técnico – afirmou Giulia.

Mas nem tudo são flores nessa relação. Ela relembra a tensão que foi acompanhar a luta do irmão no Mundial do Rio de Janeiro. Inquietude na plateia e muita tensão até o resultado não esperado, a eliminação nas oitavas de final pelo holandês Loic Pietri.

Em Teresina, onde a seleção brasileira faz período de treinamento, Giulia treina mirando a seletiva olímpica para disputar a vaga de titular da seleção. Não é o objetivo, mas se um dia ela deixar o judô de lado, já encaminha outra carreira dentro do esporte: a judoca foi medalha de bronze no torneio de luta olímpica na Grécia.

- Estou participando do treinamento em busca de uma seletiva. Sou bastante nova e tenho mais dois ciclos olímpicos, no mínimo, pela frente. Estarei presente nas Olimpíadas do Rio 2016 e em Tóquio 2022 – afirmou a atleta de 22 anos.

Sem pressão

Raquel Silva vive extremos. Buscando consolidar sua carreira, tem uma campeã mundial dentro de casa e também é mãe. Sem forçar o caminho da filha, ela preferiu fazer com que a pequena Ana Carolina, de apenas oito anos, escolhesse seu próprio caminho no esporte. Passando pelo judô, natação e agora balé.

Imagem: Emanuele MadeiraSeleção Feminina de Judô durante treinamento em Teresina.(Imagem:Emanuele Madeira)Seleção Feminina de Judô durante treinamento em Teresina.

- É o famoso se vira nos trinta. Tem que estudar, treinar e ser mãe... Tudo tem seu horário. Com minha filha eu tento não forçar. Já vi muitos pais que foram judocas e colocaram filhos no judô e o filho ficava com a pressão. Então deixo à vontade, o que ela quer fazer eu apoio, tem que vir dela – explicou Raquel.

Quando à relação dentro do tatame, o caminho das irmãs foi definido ainda pelo técnico das atletas. O treinador buscou colocá-las em categorias diferentes para que não houvesse uma anulação dentro das categorias. Rafaela iniciou no ligeiro (-48kg) e passou para a categoria leve (-57kg), pois Raquel se manteve na categoria meio-leve (-52kg). A judoca prefere não olhar a disputa dento do país, mas mira o desempenho em competições internacionais, considerando o diferencial para ter mais visibilidade dentro da seleção.

-Eu não sinto pressão nenhuma por ser mais velha. Apesar de não aparecer eu entrei na seleção primeiro que minha irmã. Passei um tempo afastada do judô, tive uma filha e fiz uma cirurgia no joelho e ela me incentivou muito para voltar – contou Raquel Silva.

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