Mãe de Sarah quer "filha na bagagem" e reserva espaço para a 138ª medalha

01/08/2016 10h45


Fonte globoesporte.com/pi

Imagem: Wenner TitoClique para ampliarDona Olindina mostra foto de Sarah Menezes.(Imagem: Wenner Tito)Dona Olindina mostra foto de Sarah Menezes.

Vida de atleta não é fácil. Para a mãe de um atleta, nem se fala. Para conseguir melhorar os treinamentos e chegar forte à Olimpíada, Sarah Menezes passou a morar no Rio de Janeiro há pouco mais de um ano e deixou Teresina, sua terra natal. Mãe da judoca, Dona Olindina Menezes viajou para a capital carioca para estar perto da filha na disputa pelo bicampeonato olímpico. Vai acompanhar a campeã olímpica de Londres 2012 em ação na Arena Carioca 2 no dia 6 de agosto. Antes do embarque, Dona Olindina contou planos: além da medalha, ela também quer trazer a cria de volta para casa. Revelou também que pediu em orações sabedoria à judoca. Na Cidade Maravilhosa, conhecerá o namorado de Sarah, o francês, Loic Pietri. Com carinho, Dona Olindina fez um painel com todas as medalhas da filha. São 137 ao todo, expostas na entrada da casa. A de número 138, claro, tem espaço especial.

Quando apresentou queda de rendimento e chegou a ter a presença na Rio 2016 ameaçada, Sarah Menezes foi aconselhada a morar no Rio e ficar mais focada nos treinamentos. A decisão não encontrou resistência da mãe, mas ela sente a ausência da filhona. Nos dias que antecedem a disputa no judô, Sarah está concentrada e não poderá estar com a família sempre. Mas passado o evento esportivo mais importante do planeta, a judoca vai ouvir conselhos para retornar ao Piauí. Palavras de Dona Olindina.

- Eu vou pensando em trazer algo. Depois dessa competição eu estou aguardando o retorno dela aqui, que faz um ano distante da gente. Estou querendo trazer a Sarah na bagagem – diz Dona Olindina entre risos.

Nos Jogos, a mãe da campeã olímpica vai fazer algo que não está muito acostumada: acompanhar as lutas pessoalmente. Ela conta que em 16 anos de Sarah no judô não assistiu mais do que três competições. Isto, inclusive, fez com que ela nem percebesse o período de maus resultados vividos pela filha.

- Nunca fui aquela mãe presente nas competições, sempre fiquei acompanhando de longe. E confiante porque sempre ela mostrou o que ela é hoje. A queda de rendimento dela eu quase não observei. Ela aqui era sempre alegre, feliz, acompanhada de amigos. Nunca demonstrou nada – conta.

Mas na Olimpíada, a mãe estará lá e promete se destacar no meio da multidão. Dona Olindina quer que a filha sinta a torcida da família na arquibancada. Além da mãe, um grupo de 12 pessoas próximas à Sarah, familiares e amigos, vão assistir às lutas na Arena Carioca 2.

- Eu vou ver de perto e com certeza vou gritar muito. Eu espero estar tranquila no dia 6 acompanhando essas lutas. Temos um grupo de umas 12 pessoas e vamos estar vibrando bastante, de olhos bem abertos – afirma.

É lá no Rio que Dona Olindina também vai conhecer Loic Pietri, namorado da filha. Ainda sem ter visto pessoalmente o francês, campeão mundial de judô, a mãe da atleta sente que o - quem sabe futuro genro - é um bom companheiro.

- Eu nem conheço o rapaz ainda. Ele já esteve aqui no Brasil, mas em Brasília, no apartamento da minha filha mais velha, que conheceu a família dele lá em Paris. Eu mesmo não conheço, mas me parece que é uma pessoa muito boa, eu não tenho nada contra. Eu vou assistir a competição que ele vai participar e vou conhecer ele agora no Rio de Janeiro - ressaltou.

Toda a torcida tem motivo, além do amor de mãe. Dona Olindina acredita que o fato de estar lutando no seu país não traz uma vantagem para Sarah, mas a faz sentir-se ainda mais pressionada, mesmo capaz de ter um bom desempenho.

- Como mãe, acho mais difícil por estar em casa, acho que é mais cobrada. Acho mais difícil do que lá fora, mas ela está preparada para essa competição.

Mesmo assim, Dona Olindina está confiante. Andando pela casa, ela mostra os vários quadros da filha espalhados pelas paredes e o mural com todas as medalhas conquistadas até hoje, com exceção da de Londres, que Sarah carrega com ela. Ao todo são 137 medalhas. Mas o espaço já está reservado para a próxima, a de número 138:

- Está faltando só a olímpica, que eu vou colocar lá em cima.

Que seja cumprida a profecia de Dona Olindina.

- Minhas orações são diárias e por esse motivo estou mais confiante ainda. Oro pelo desempenho, para não se machucar, para ter sabedoria na hora da luta. Não fiz promessa, vou só na fé mesmo. Que os torcedores confiem e qualquer resultado tudo é bem vindo. Só em ela estar lá, para mim já é uma vitoriosa, independente de medalha ou não.

Tópicos: sarah, olindina, atleta