O campeão voltou! Galo empata com Piauà e levanta taça após sete anos
25/05/2014 23h12Fonte G1 PI
Imagem: Emanuele Madeira/GLOBOESPORTE.COM
25 de maio de 2014. A data será lembrada, e muito bem, pelos torcedores tricolores que acompanharam de perto uma quebra de jejum que parecia interminável, ou melhor, angustiante. Há sete anos, o grito de campeão estava engasgado na garganta. Mas, enfim, a glória pôde ser comemorada. Demorou, mas veio. Com um 0 a 0 sufocante, o River-PI conquistou o seu 28º título de Campeonato Piauiense. O adversário Piauí fez valer cada milímetro da taça erguida na noite deste domingo, no estádio Albertão, para um público de mais de 20 mil pessoas.
Coincidentemente, o River-PI volta ao Albertão com um título consagrador. Em “casa”, na reabertura do estádio, foi a 11ª taça estadual conquistada pelo time no local. É o time com o maior número de campeonatos estaduais no velho Gigante da Redenção. O Flamengo-PI, em segundo, só tem sete. Mas 2014 não foi fácil. Com a vantagem do empate, o Galo suportou a pressão de um valente Piauí, que levou a bola até a trave tricolor e dominou durante boa parte do segundo tempo. Tensa, brigada e muito tumultuada, a grande final teve sete cartões amarelos, quatro deles para atletas tricolores.
Os jogadores do River-PI lutaram com ardor. De um time já desacreditado, o grupo soube segurar o momento delicado – que contou com uma passagem tumultuada de Evair – e com um título quase que inacreditável. A chegada de Josué Teixeira colocou o Galo no caminho. Com o técnico campeão, foram cinco vitórias, dois empates e uma derrota. Números que encheram de esperanças a torcida tricolor, que merece elogios. Em nenhum momento, muito menos na fase ruim, abandonou a equipe.
- Soubemos controlar a vantagem, isso mostra nosso equilíbrio. Era um gigante que estava adormecido, que acordou com motivação e muito trabalho - palavras do treinador campeão, Josué Teixeira.
Com a taça, o River-PI representa o Piauí na Série D do Campeonato Brasileiro. O time terá pela frente um grupo complicado com Guarany-CE, Remo, Moto Club e Interporto, de Tocantins. A estreia acontece no dia 20 de julho. Além disso, o Galo vai à Copa do Nordeste, caso a vaga seja confirmada, e a Copa do Brasil de 2015. Ao Piauí, resta ficar esperando na fila de títulos. O último foi em 1985. O vice-campeão também espera a confirmação da vaga para a Copa do Nordeste.
Elétrico, brigado e tumultuado
Uma rápida olhada na escalação de Josué e Moroni já percebia mudanças dos treinadores para a grande final. No Galo, Marclei acabou herdando a camisa 10 do desfalque Thiago Marabá, não necessariamente responsável pela armação das jogadas. No ataque, o artilheiro Marciano acabou ficando no banco, enquanto Rodolfo e Esquerdinha completaram o trio ofensivo tricolor. Já no Enxuga Rato, as novidades se resumiram a Silas e Binha. Mas Fabiano, mesmo machucado, foi quem desequilibrou.
Na prática, o que se viu foi um comprometimento de marcação muito forte entre as duas equipes. Nos primeiros 15 minutos, o ritmo acelerado, muitas vezes até afobado, de partida até que surpreendeu. Com mais velocidade, o River-PI teve um chance logo aos dois minutos após Marclei não alcançar um lançamento. Na base de um toque mais curto e apostando nos cruzamentos, o Enxuga Rato chegou a balançar as redes. Mas o árbitro viu o volante Vitor Recife segurar Kássio na pequena área antes do chute e anulou o gol.
Alguns duelos particulares foram travados na etapa inicial. Rafael Negão x Marclei (os dois chegaram até se estranhar) e Amarildo x Fabiano (volante e atacante brigavam por cada espaço do campo) deram a cara de um jogo com pavio curto dos jogadores. O árbitro Francisco de Almeida Filho teve trabalho para conseguir acalmar os ânimos, e no fim do primeiro tempo um princípio de confusão: os zagueiros Eridon, do Piauí, e Igor, do River-PI, bateram boca na saída para os vestiários. O juiz nada marcou.
Trave do Piauí, pressão... Mas título é tricolor
Um calcanhar com estilo do zagueiro Gabriel, do River-PI, e uma atrapalhada de Marclei e Rodolfo durante uma indecisão de quem chuta para o gol. Os 20 minutos tricolores não trouxeram ânimo. Já o Piauí cresceu. E passou a dominar. Um erro do zagueiro Bruno permitiu Fabiano alcançar até a linha de fundo e rolar, pela esquerda, até Vitor Recife. O passe com precisão, contudo, não foi aproveitado. Vitor isolou.
Só aos 22 minutos, o River-PI enfim apareceu, de forma muito tímida: um chute desconcertante de Rodolfo, sem perigo para o goleiro David. Enquanto isso, o Galo levava pressão com as mexidas de Paulo Moroni. O treinador rubro-anil colocou Adrianinho no lugar de Rafael Negão, até então incansável na marcação de Marclei, e sacou o apagado Silas – substituído, aos 26, por Denis. Com o jovem atacante, o Piauí ganhou força na esquerda, setor improdutivo nos pés de Silas. Graças a cortes de Rian e Amarildo, a defesa tricolor respirou aliviada com a trave de Vitor Cearense.
Tentando sair da pressão, Josué Teixeira colocou o rápido Brasinha. No entanto, o Galo já segurava o empate quando as saídas de contra-ataques eram cadenciadas por Esquerdinha e Thiago Dias, e o tempo gasto pelo goleiro Everson na reposição de bola. Nos três minutos de acréscimos, Josué ainda colocou os zagueiros Tales e Igor. Não levou gol, e colocou seu time na história: River-PI campeão piauiense de 2014.
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