Presidente pede paciência por salários atrasados e cogita saída do estadual

05/04/2016 17h00


Fonte Globoesporte.com

Uma nova debandada de jogadores do Caiçara pode forçar o Leão de Campo Maior a desistir do Campeonato Piauiense. O presidente do clube, Francisco Ispo, disse estar cada vez mais convicto da ideia. O impasse de salários atrasados do elenco, que se agravou esta semana com a saída de oito atletas, piorou de vez. Clube e o empresário Sérgio Santos não falam a mesma língua. O contrato firmado entre as duas partes foi informalmente quebrado pela alegação da falta de cumprimento de alguns pontos do documento, dentre eles custeio com estrutura de trabalho e folha de pagamentos do time. Caso confirme a decisão de não disputar mais o estadual, o Caiçara será obrigado a pagar R$ 50 mil a Federação de Futebol do Piauí, que rateará o valor aos demais clubes inscritos, como rege o regulamento.

- Se os seis atletas que me chamaram para conversar saírem, vamos ficar com pouquíssimos jogadores. Como não podemos mais inscrever ninguém no campeonato, fica ruim continuar. Estamos pensando nessa possibilidade por que não teremos time. O clube não pode assumir um montante desse de imediato. Nós não sabemos quanto eles ganham. O que os jogadores me disseram é que não estão recebendo. Estamos com 16 jogadores no elenco. Estou entrando em contato com dois empresários. Nós fizemos os contratos e estamos cumprindo com alimentação, transportes, como dizia o acordo. Agora fiquei sabendo que os jogadores não receberam nada. Os empresários disseram que vão fazer estes pagamentos. Eu pedi aos jogadores que tivessem paciência – explica Ispo.

Imagem: Ricardo AndradeClique para ampliarFrancisco Ispo(Imagem:Ricardo Andrade)Francisco Ispo

Do elenco que abriu os trabalhos na pré-temporada, apenas 10 atletas que começaram o estadual permanecem no grupo, e as promessas da base inscritas no BID deverão ser usados para completar o time nas cinco rodadas que faltam para acabar o Piauiense.

De acordo com alguns deles, o elenco não recebe salários há três meses.

- É horrível. Não recebemos nada até agora, a diretoria não está nem aí para gente. Precisamos pedir recursos para nossa família, se não fizermos isso não daria para continuar aqui. Diretoria é um lixo – relatou um dos jogadores do Caiçara, que pediu para não ser identificado.

O acordo nominal firmado entre o Caiçara e o empresário Sérgio Santos previu a divisão de gastos: clube custearia estrutura, casa do atleta, transporte para treino e jogos, além de alimentação, e, por outro lado, o gestor arcaria com a folha de pagamentos do time. Os maus resultados do primeiro turno e a falta de comunicação entre ambos na contratação de novatos embaçou o que está no papel.

- Para o jogador sempre está ruim. Eu tenho recibo de que foram pagas algumas coisas, sim. Eu estou muito tranquilo em relação a isso aí. O acordo era o Caiçara entrar com a logística completa e foi feito em parte. A empresa deveria pagar transferências, taxas da CBF, taxas de residência. Isso foi cumprido. Ispo é um grande amigo meu, mas a história não é bem essa, não – disse o empresário.

Insatisfeito com o andamento das conversas - ou a inexistência delas -, Santos recorda:

- Quando acabou o primeiro turno, o Ispo colocou motivação emocional e rompeu o contrato. Por ele, a parceria estava desmanchada. Vieram alguns resultados negativos, alguns jogadores receberam, e isso é fato. Quando alguns vieram, chegaram de forma amadora, dizendo que não tinham oportunidade em outros clubes e queriam uma chance. De repente, dizem que não receberam. O contrato está rompido por que, oficialmente, ele (Ispo) não entrou mais em contato. O presidente deixou o barco andar. Tem multa rescisória com a quebra deste contrato entre o clube e a empresa. Prefiro não falar o valor por questão de ética. Não tenho nada a falar do Ispo, mas ele deixou muito a desejar. Só tem uma saída: se a gente tiver uma reunião e eu tiver plenas condições de tomar as decisões. Os jogadores não honraram a palavra deles – destaca em seguida.

Vice-lanterna do segundo turno do estadual, o Caiçara briga para não ser rebaixado no torneio. Em nove jogos disputados, o Leão venceu apenas um jogo, empatou dois e perdeu seis. Envoltos pela crise financeira, os caiçarinos encaram o Flamengo-PI, no domingo, em jogo válido pela quarta rodada do returno.

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