Ritmo do Caribe, saudade de feijão e litígio Fifa: a saga de Cleber até o Galo

23/12/2016 10h51


Fonte globoesporte.com/pi

Imagem: Adsancarlos.netClique para ampliarCleber Lucas, reforço do River-PI.(Imagem:Adsancarlos.net)Cleber Lucas, reforço do River-PI.

Cléber Lucas é brasileiro, nascido no interior de São Paulo, mas fez os últimos anos da carreira no futebol da América Central, em Costa Rica e El Salvador. Lá, experimentou comidas e culturas diferentes, mas também passou por problemas que o fizeram ficar um ano afastado do futebol. Essa é a história do novo reforço do River-PI, o meia Cleber Lucas, de 27 anos.

Depois de iniciar a carreira rodando por clubes do interior paulista, em 2012, Cleber deu um passo à frente na vida, encarando uma experiência diferente de tudo que havia vivido até então: uma transferência do Grêmio Maringá para o San Carlos, da Costa Rica. Foram duas temporadas na equipe costa-riquenha até ir para o Deportivo Dragón, de El Salvador. Entre as diferenças, a comida foi uma das mais sentidas.

- A comida é um pouco diferente. Para você ter uma ideia, eles comem tortilha, que é uma massa pura que não tem gosto de nada. Mas para eles comerem aquilo o dia inteiro está bom. Mas de resto, a comida parece com a nossa, só o nosso feijão que não tem. Eles comem abacate com sal, para a gente que é brasileiro é bem estranho. Mas é uma experiência boa – explica.

A forma de jogar futebol também é diferente. Com muito apelo para a força física, o destaque técnico fica por conta dos estrangeiros, que segundo Cleber, não são poucos. O principal atrativo é a proximidade com mercados maiores, no México e nos EUA.

- Lá tem apenas o campeonato nacional, que são dois por ano. É muita força física, e quem se destaca mais lá são os estrangeiros. Mas tem muita qualidade, com muito treinador estrangeiro, e muito brasileiro também. O que atrai a gente primeiro são novos desafios e também está mais perto do mercado do México e dos EUA. Se você fica mais perto desses países, é mais fácil acabar indo para lá – conta o jogador.

Mas nem tudo foi bom na passagem de Cleber pela América Central. O jogador alega que o Dragón, clube onde jogou em El Salvador, atrasou salários, não cumpriu o combinado e não queria liberá-lo para assinar com outra agremiação. Foi aí que ele se viu obrigado a apelar para a FIFA para poder dar continuidade à carreira.

- Combinaram comigo uma coisa e no final não queriam cumprir. E lá é um país que as leis são totalmente diferentes das nossas, quem manda é quem tem dinheiro. O que eles falam, está falado. Mas tive que acionar a FIFA e eles resolveram o caso para mim. Se dependesse das leis dele não teria resolvido – lembra o atleta.

Agora Cleber encara mais um desafio, desta vez no futebol nordestino. No River-PI, ele brigará para ser o homem de criação do meio-campo do Galo. De férias no interior paulista, ele chega à capital piauiense na próxima segunda-feira para iniciar a pré-temporada com o restante do grupo.

A estreia da equipe na temporada acontece no dia 26 de janeiro contra a Juazeirense em Teresina, pela primeira rodada da Copa do Nordeste. No Campeonato Piauiense o time estreia no dia 1º de fevereiro, contra o Picos, na casa do adversário. Uma semana depois a equipe enfrenta o Sete de Dourados pela primeira fase da Copa do Brasil. O calendário riverino ainda conta com Série D no segundo semestre.

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