River-PI pode ser punido; presidente acata: 'Lá na frente pode ter morte'

27/01/2014 16h42

Fonte G1 PI

Após mais um episódio de violência protagonizado por torcedores do River-PI, que apedrejaram o ônibus do Parnahyba e arremessaram objetos em campo, membros da Polícia Militar, do Tribunal de Justiça Desportiva e a diretoria do Galo falaram sobre a ocasião e adiantaram as punições que os torcedores e próprio clube poderão sofrer. O incidente foi registrado no último domingo no empate sem gols entre River-PI e Parnahyba, no Estádio Lindolfo Monteiro.


Para o Subcomandante do Batalhão de Rondas Ostensivas de Naturezas Especiais (BpRone), capitão Fábio Abreu, a ação dos torcedores do River-PI foi inesperada. De acordo ele, em uma reunião realizada recentemente com membros daquela torcida, ficou acertado que não ocorreriam atos de violência e nem uso de bebidas alcoólicas durante os jogos. A “desobediência” a esse acordo, ainda segundo o capitão, poderá levar os torcedores a punições mais severas. Na noite de domingo (26), eles apenas foram detidos por ameaça e liberados após pagamento de fiança.

Questionado sobre o uso da internet por parte dos torcedores do River-PI, que também ameaçaram a torcida do Parnahyba em uma rede social, antes da partida, o capitão disse não ter conhecimento desse material, mas revelou que a internet será um recurso para a identificação dos torcedores mais violentos.

"Não tivemos contato com esse material na internet, mas vamos tentar identificar e cadastrar todos para enviar ao Ministério Público. Eles fizeram uma reunião com a gente e combinamos de que não teria problema com violência e bebida, onde ficou tudo acertado. Mas, na hora, um problema com o ônibus do Parnahyba fez que o motorista precisasse manobrar em outro local, que foi justamente em frente onde estavam reunidos os torcedores do River-PI, que resolveram jogar pedras. No final do jogo, esses torcedores ainda invadiram o gramado. Houve a detenção por crime de ameaça à integridade física, no qual é possível o pagamento de fiança. Se ocorrer novamente episódios assim, eles poderão ser detidos em flagrante por tentativa de homicídio", diz Fábio Abreu.

Tribunal quer pena máxima

O presidente do Tribunal de Justiça Desportiva do Piauí (TJD/PI), José do Egito, discorda do enquadramento do crime feito pela Polícia Militar. Para ele, a torcida do River-PI tem atitudes recorrentes de violência, que poderão levar o clube à perda de mando de campo e pagamento de multa.

"Não existiu ameaça. Eles apedrejaram e isso é um ato concreto. Alguém há de servir de embasamento para isso. Agora o que vou fazer é pegar os BOs (boletins de ocorrência), se tiver, dos que foram presos. Mas mesmo que não tenha, o clube será denunciado e poderá perder até três mandos de campo", explica.

José do Egito, apesar de ainda não ter tido uma reunião com as outras entidades interessadas, exemplifica que o caso do River-PI é parecido com o que ocorreu no jogo entre Cruzeiro e Atlético-MG, no final de 2013, onde os dois clubes foram penalizados após briga entre torcedores e lançamentos de objetos no Estádio Independência.

"Não é obrigado ser dentro do estádio para haver punição do clube. Isso é caso de MP (Ministério Público). Toda vez essa torcida (do River-PI) é um problema. Na pior das hipóteses, o River-PI será denunciado e vai perder mando de campo, e provavelmente, por ser reincidente, ainda terá uma multa alta", explica José do Egito.

Temor de morte

Mesmo sem receber oficialmente a decisão do TJD/PI, o presidente do Galo, Elizeu Aguiar, demonstra que o clube acatará todas as decisões. Segundo ele, se não houver punição, em breve poderão ocorrer mortes nos estádios do Piauí.

"Eu lamento o que aconteceu, principalmente porque houve uma reunião para que nada disso ocorresse. Sermos punidos porque tem gente que diz que ama o clube, mas faz é prejudicar, é uma situação que não aceitamos. Se o clube vier a ser punido, fazer o quê? A lei tem que prevalecer, se não, daqui a pouco vai ter morte. Pedimos desculpas à diretoria do Parnahyba e a todos os seus torcedores", comenta Elizeu Aguiar.

O GloboEsporte.com/pi tentou contato com a Federação de Futebol do Piauí (FFP), mas o presidente da entidade, Cesarino Oliveira, não foi encontrado para falar sobre o caso.

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