Técnico deixa clube e denuncia: 'tinha jogador dormindo no chão'
22/04/2014 08h56Fonte G1 PI
A situação do Caiçara, comparado ao Íbis como pior time do mundo, não está bem nem dentro nem fora de campo. No alojamento do clube, em Campo Maior, não há bola, não há cama suficiente para os jogadores e não há comida. Na hora do banho, o chuveiro é, em alguns casos, substituído por uma cuia. As denúncias são feitas por ex-treinadores e ex-jogadores do time.
Na tabela do Campeonato Piauiense, a situação também não é animadora. Há nove jogos sem vencer, o time está na lanterna do returno com apenas dois pontos ganhos. A última vitória foi no dia 15 de fevereiro diante do Cori-Sabbá, quando a equipe quebrou um jejum de seis anos sem vencer.
De acordo com Péricles Veloso, uma dos quatro treinadores do Caiçara ao longo da temporada, o clube não oferece condições mínimas de trabalho para os atletas: falta de material esportivo, boa moradia, alimentação adequada e pagamento em dia.
- Quando eu cheguei ao Caiçara, não tinha nada. Os meiões de treinos eram todos rasgados. Para se ter ideia, eu precisei levar cones, discos, cordas e rede para bolas. Sem contar que, além disso, ainda bancava o combustível de Teresina para Campo Maior todos os dias, comprava lanche para os jogadores. Tudo do meu próprio bolso. Lá é amadorismo total. Tentei implementar um pouco de profissionalismo, mas o presidente (Francisco Ispo) não deixou – disse Péricles Veloso.
O ex-treinador do Leão do Norte afirma ainda que o clube não pagou o salário correspondente ao mês (março) que ele ficou à frente da equipe e o valor das notas do combustível. Outro ponto destacado por Péricles Veloso é o tratamento dado a alguns jogadores, que mal teriam local adequado para dormir.
- Tinha jogador dormindo no chão em alojamento lá. Alguns não tinham nem local para ficar e acabavam tendo que dormir nas casas dos outros companheiros de time. É uma realidade triste, mas é isso que o Caiçara oferece como estrutura para seus funcionários – relatou o treinador.
Jogador confirma descaso
Um dos jogadores que deixaram o clube foi Carlos Henrique que confirma as denúncias feitas pelo ex-treinador. Para o goleiro, o Caiçara está longe de ser uma equipe profissional de futebol.
- Não existia o mínimo de organização no Caiçara. Era impressionante as condições. Quando íamos jogar, os meiões estavam rasgados. Antes e depois dos jogos, não ganhávamos lanche porque o presidente dizia que jogador tinha era que jogar e não comer. Eu até dormia bem porque estava em hotel bom, mas tinha parceiros que dormiam praticamente no chão mesmo. Era complicado – conta Carlos Henrique.
Dirigente nega
O presidente do clube, Francisco Ispo, negou o atraso no pagamento nos salários e as denúncias feitas pelo ex-treinador. De acordo com dirigente, os jogadores do Caiçara ficam na casa do atleta ou em um hotel da cidade.
- Está tudo normal aqui. Fizemos investimentos e damos tudo que os jogadores pedem. O que não dá certo é ficar perdendo jogo – afirma.
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