Fluminense faz jogo duro, e Muricy Ramalho não assume a Seleção
23/07/2010 19h17Fonte Globo Esporte
O Fluminense não vai liberar Muricy Ramalho para ser técnico da Seleção Brasileira. A informação foi confirmada por dirigentes tricolores na tarde desta sexta-feira, após uma conversa com o representante do treinador, Márcio Rivelino. A CBF, por sua vez, informou que não se posicionará oficialmente enquanto não receber uma resposta oficial do treinador.Após ser convidado para ser o novo técnico da Seleção, Muricy foi para as Laranjeiras, onde colocou a roupa de treino e começou a realizar um trabalho com os jogadores, mas sem fazer qualquer pronunciamento. O treinador só falará após o clássico contra o Botafogo, domingo, às 18h30m, no Engenhão, mas o presidente tricolor Roberto Horcades garante: ele não deixará o clube e terá seu contrato renovado até dezembro de 2012.
- A posição oficial do Fluminense tem que ser dada. O Muricy vai continuar no clube cumprindo o contrato como deve ser. Pessoas do nível dele são necessárias no futebol - disse o dirigente, que logo depois se retirou da coletiva com um enorme sorriso no rosto.
O presidente do patrocinador do clube, Celso Barros, tomou a palavra em seguida e garantiu que o treinador já havia acertado a renovado de contrato com o clube até dezembro de 2012 antes de receber o convite da CBF.
- Deixamos apalavrada a renovação até dezembro de 2012. O Muricy, uma pessoa que cumpre seus contratos, já estava combinado com o Fluminense. Estamos no início de um trabalho com ele, que esperamos que seja longo e vitorioso - disse Barros.
A CBF tem pressa para fechar com o treinador porque já na próxima segunda-feira está prevista a convocação da seleção brasileira para o amistoso contra os Estados Unidos, no dia 10 de agosto, em Nova Jersei. O salário oferecido a Muricy Ramalho é menor do que ele, atualmente, recebe no Fluminense.
Celso Barros garante que no contrato de Muricy Ramalho com o Fluminense não existe nenhuma cláusula que o clube seria obrigado a liberá-lo caso surgesse um convite para comandar a seleção brasileira. O treinador teria que pagar uma multa rescisória pelos cinco meses restantes de contrato.
- Ninguém pediu (para romper o contrato). O presidente da CBF não pediu para liberá-lo, e nós procuramos respeitar o acordo que o Muricy tem até o fim do ano. Existe uma palavra - afirmou Barros.
Durante a entrevista coletiva, o vice de futebol, Alcides Antunes, garantiu que o Fluminense não tinha obrigação de entrar em contato com a CBF para anunciar a posição de não liberar o treinador. O Fluminense e a CBF não tem um bom relacionamento por causa da última eleição do Clube dos 13, vencida por Fábio Koff, candidato apoiado por Roberto Horcades. Já Ricardo Teixeira buscava votos para Kléber Leite.
- Assim como eles não nos ligaram para perguntar se poderiam fazer o convite ao nosso treinador, nós também não ligamos para a CBF para comunicar a decisão do Muricy de permanecer. Eles não agiram errados, não, estão no direito deles de chegar e conversar com qualquer treinador para fazer a oferta. Mas também não temos esta obrigação - disse.
Alcides Antunes revelou também que o Fluminense não aceitaria dividir o treinador até o fim do ano com a Seleção Brasileira. Assim, Muricy Ramalho acumularia os cargos até o termino do contrato atual com o clube carioca.
- O (presidente da CBF) Ricardo Teixeira já deu a posição dele, e a nossa é a de que o Muricy fica só no Fluminense. Se o clube pudesse liberá-lo, faríamos isso. Mas não temos interesse nenhum. É um projeto, não só para agora, e ele está muito feliz aqui - garantiu Antunes.
O dirigente tricolor faz questão de elogiar, em vários momentos, o caráter do treinador.
- O Muricy é um treinador que cumpre os seus contratos. O caráter do homem Muricy não é surpresa nenhuma para a gente. Para muita gente a palavra não vale. Mas o Muricy mostrou que é uma pessoa que o documento é o que menos importa porque se ele deu a palavra, ele cumpre - disse Alcides Antunes.
Muricy Ramalho se reuniu pela manhã, por cerca de uma hora e meia, com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, em um clube de golfe da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O treinador aceitou o convite, mas disse que precisava falar com os dirigentes cariocas sobre a decisão. Ao chegar às Laranjeiras, o treinador escutou da diretoria que não aconteceria um divórcio amigável e que o clube não o liberaria.
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