Guarani bate o Vasco por 1 a 0 com gol de pênalti mal marcado

25/09/2010 22h46


Fonte Globo Esporte

Numa partida em que o empate seria o resultado mais justo, o Guarani se aproveitou de um erro de arbitragem do árbitro Heber Roberto Lopes - que, depois de não dar pênalti claro de Jumar em Mazola no primeiro tempo, marcou um inexistente de Dedé em Ricardo Xavier - e saiu com a vitória por 1 a 0 sobre o Vasco, neste sábado à noite, no Brinco de Ouro da Princesa, pelo Campeonato Brasileiro. Baiano não desperdiçou a cobrança, aos 35 minutos do segundo tempo, que deixou o Bugre com 33 pontos ganhos, em 10º lugar na tabela, antes do fim da 25ª rodada.

Com a derrota, o Vasco, que precisava quebrar a sina de empates, completa o sexto jogo sem vencer. Com 30 pontos ganhos, dorme na 14ª posição. O time saiu reclamando da atuação do árbitro, que acabou "compensando" o pênalti não marcado para o Guarani no primeiro tempo. Ainda por cima, ganhou dores de cabeça: o zagueiro Dedé recebeu o terceiro cartão amarelo e o meia Carlos Alberto, que entrou no segundo tempo, sofreu nova lesão no fim da partida.

Na próxima quarta, pela 26ª rodada, o Bugre vai ao Prudentão encarar o Grêmio Prudente. Na terça, o Vasco receberá o Santos em São Januário.

No primeiro tempo, o Guarani tomou a iniciativa. Depois, o Vasco cadenciou o jogo, que só ganhou em emoção a partir dos 35 minutos. Os dois times passaram a se lançar mais ao ataque e desperdiçaram oportunidades. E o Bugre saiu de campo reclamando de um pênalti de Jumar em Mazola não marcado pelo árbitro Heber Roberto Lopes.

Logo na escalação, Vagner Mancini deu a senha de como o Bugre entraria em campo. Com Rodrigo Heffner na lateral direita e Apodi no meio, mas caindo por aquele lado, funcionando como um ala, o técnico mostrou que queria o time com jogadas pelas pontas. Pelo lado esquerdo, Mazola caía bem no setor para fazer dupla com Márcio Careca. Nos dez primeiros minutos, a ideia era essa. Bola para as pontas, em velocidade.

Só que o meio-campo do Guarani falhava na armação. Geovani e Paulo Roberto eram anulados, erravam passes. O domínio inicial não se traduzia em chances criadas. Faltava aquele último passe. Bem plantado atrás, o Vasco não só marcava bem como procurava cozinhar o jogo. Cadenciar era a ordem. Mais toque de bola para esfriar o ímpeto do Bugre.

Deu certo. O meio-campo vascaíno começou a tomar conta. Rafael Carioca iniciava bem as jogadas. Zé Roberto voltava pela esquerda para ajudar na armação. Mas na frenre, Eder Luis e Rafael Coelho pareciam fora de sintonia. Felipe Bastos custou a engrenar. Só quando acordou, o time levou perigo. Isso foi aos 28 minutos. O meia tabelou com Fágner. Depois que recebeu, cortou Ailson e bateu de perna direita. A bola foi para fora, mas deu susto em Douglas.

Jogo esquenta

A partir dos 35 minutos, a partida esquentou. Os dois times se lançaram mais ao ataque. No Bugre, Mazola passou a cair mais pelo lado direito. Na primeira jogada por ali, aproveitou bobeira geral da defesa do Vasco. Rodrigo Heffner cobrou lateral rapidamente como um lançamento para o atacante, que correu livre de marcação, mas acabou atropelado por Nilton. A falta, perigosa, acabou desperdiçada na cobrança sem perigo de Márcio Careca, mas o Vasco perdeu o seu volante. No lance, o camisa 5 acabou se contundindo no joelho e não conseguiu voltar. O técnico PC Gusmão pôs Jumar na partida.

E o Vasco por pouco não abriu o placar aos 44 minutos. Em jogada pela esquerda, Max tocou para Titi, que pela meia esquerda arriscou. A bola bateu no travessão. O Guarani contra-atacou no lance mais polêmico do jogo. Novamente pela direita, Mazola arrancou em velocidade e foi empurrado por Jumar dentro da área. O árbitro Heber Roberto Lopes não marcou a penalidade. Os jogadores do Guarani reclamaram.

O time continuou no ataque. A partida cresceu em emoção. Pouco antes do apito final da primeira etapa, o lance mais sensacional: Reinaldo recebeu pela meia esquerda e girou com perigo, de canhota. O chute saiu cruzado e bateu na trave. No rebote, Mazola tocou para o gol com o goleiro Fernando Prass batido na jogada. Só que Dedé, milagrosamente, mergulhou com o pé e salvou o gol, tocando para escanteio. Fim do primeiro tempo, reclamações não faltaram sobre o pênalti não marcado pelo árbitro Heber Roberto Lopes.

- Só ele não viu. Quando o lance é duvidoso, a gente até se segura. Mas num caso desses... E é sempre prejudicando o Guarani - afirmou o técnico Vagner Mancini.

Segundo tempo


Os dois times voltaram para o segundo tempo com mudanças. No Guarani, Apodi, que começou bem mas depois foi totalmente anulado, saiu para a entrada de Baiano. No Vasco, PC Gusmão tirou o também apagado Rafael Coelho para pôr Carlos Alberto. Que logo mostrou seu cartão de visitas. Com um minuto de jogo, recebeu falta pela esquerda. Max cruzou, o camisa 19 recebeu na entrada da área e bateu com violência, para grande defesa de Douglas, que espalmou para escanteio.

Se o Vasco ficou mais agressivo com Carlos Alberto, o Bugre buscava mais velocidade com Baiano pela direita. Mas o jogador mostrava o mesmo defeito de Apodi: carregava demais a bola. Quem começou a levar perigo foi Paulo Roberto, pela esquerda. O meia teve chances de abrir o placar, e obrigou o goleiro Fernando Prass a fazer grande defesa, com o pé.

Felipe Bastos sumiu da partida. O Bugre começou a dominar o meio-campo e a encurralar o Vasco, mas esbarrava na grande atuação de Dedé. O zagueiro era soberano nas jogadas. Uma falta bem cobrada por Baiano na meia esquerda levou perigo. Fernando Prass fez outra grande defesa.

PC Gusmão trocou de Felipe. Tirou o Bastos e pôs o velho conhecido da torcida, campeão brasileiro, da Libertadores... O toque de bola melhorou, mas o time ficou mais lento. Mancini mexeu também no Guarani. Trocou Geovane por Fabiano e Reinaldo por Ricardo Xavier. E o atacante acabou sendo o protagonista do pênalti que decidiu a partida.

Aos 33 minutos, em bola dividida na área, Dedé, que estava por trás de Ricardo Xavier, acertou a bola. O atacante do Bugre pulou e caiu. O árbitro Heber Roberto Lopes, que não havia marcado um pênalti claro no primeiro tempo, acabou "compensando" o erro. Dois minutos depois, Baiano, que mal tomou distância, cobrou à esquerda, sem chances para Fernando Prass. O Vasco ficou tenso, e não conseguiu reagir. Melhor para o Bugre, que saiu com a vitória.

GUARANI 1 X 0 VASCO Douglas, Rodrigo Heffner, Fabão, Ailson e Márcio Careca; Renan, Paulo Roberto, Apodi (Baiano) e Geovane (Fabiano); Reinaldo (Ricardo Xavier) e Mazola. Fernando Prass, Fagner, Titi, Dedé e Max; Nilton (Jumar), Rafael Carioca, Felipe Bastos (Felipe) e Zé Roberto; Éder Luís e Rafael Coelho (Carlos Alberto).
T: Vagner Mancini T: PC Gusmão
Estádio: Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas (SP)). Data: 25/09/2010. Árbitro: Heber Roberto Lopes (PR/Fifa). Auxiliares: Ivan Carlos Bohn (PR) e Jose Amilton Pontarolo (PR).
Cartões amarelos: Nilton, Dedé e Zé Roberto (Vasco)
Gols: no segundo tempo, Baiano, de pênalti, aos 35 minutos
Público: 5.594 pagantes . Renda: R$ 69.984