Iluminado, Betinho decide contra o Bahia e renova esperança do Verdão

17/10/2012 22h51


Fonte Globo.com

Era a última chance. O Palmeiras entendia que uma derrota, ou até mesmo um empate no jogo contra o Bahia nesta quarta-feira, em Pituaçu, selaria o rebaixamento da equipe no Campeonato Brasileiro. Mas a esperança está renovada com uma suada vitória por 1 a 0, fora de casa, com gol do iluminado Betinho. A vitória acirrou a briga contra a degola. A diferença entre os dois rivais, que começou em nove, passou a ser de seis pontos, a sete rodadas para o fim do campeonato.

Tem dias em que tudo dá certo: em voo atrasado que assustou os alviverdes, Barcos chegou do Chile, onde defendeu a Argentina na terça-feira à noite contra o Chile, pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2014, a tempo de entrar em campo e dar o passe para a cabeçada certeira do predestinado Betinho, no segundo gol do atacante com a camisa do Palmeiras – o primeiro foi “só” o do título da Copa do Brasil, no empate em 1 a 1 com o Coritiba, em julho. O Verdão foi aos 29 pontos e subiu uma posição na classificação. Está em 17º, mas o Sport enfrenta a Ponte Preta nesta quinta-feira e pode ultrapassar o rival.

Tem dias em que tudo dá errado: antes bem arrumado por Jorginho, o Bahia mostrou falhas que o Palmeiras costumava apresentar nos últimos jogos. Erros sucessivos de passes, chutes mal direcionados e uma torcida que começou jogando junto, mas passou a pressionar demais no segundo tempo. A equipe baiana continua com 35 pontos, na 16ª colocação, uma acima da zona de rebaixamento, e o risco de degola aumentou um pouco.

As duas equipes voltam a campo no próximo fim de semana. O Palmeiras recebe o Cruzeiro no sábado, às 18h30m (de Brasília), em Araraquara. Na mesma data e horário, o Bahia vai ao Pacaembu para enfrentar o tranquilo Corinthians, que já pensa no Mundial de Clubes.

O voo de Barcos, a luz de Betinho

O dia de Barcos não foi nada fácil. Um voo que parecia interminável de Santiago a Salvador, com escala em São Paulo, só terminou às 18h, uma hora e meia antes do início da partida. Escoltado por um carro de polícia, o argentino apareceu em Pituaçu em cima da hora, vestiu o uniforme e foi à luta. Ao lado dele, Gilson Kleina fez mudanças: as entradas de Patrick Vieira e Betinho causaram surpresa no torcedor alviverde, que nem assim perdeu a esperança.

O Bahia tentou fazer o que qualquer rival do Palmeiras faz hoje em dia: tocar a bola com paciência, rodar o jogo e saber que a falha uma hora vai chegar. A zaga fez seu papel, tentando enervar Barcos e provocar uma expulsão – algo que já virou rotina na equipe paulista. No ataque, Jones Carioca fez o que pôde. Da direita para a esquerda, depois para o meio, ele foi o mais lúcido entre os baianos. Apesar do esboço de pressão, o goleiro Bruno teve pouco trabalho.

O controle do jogo era do time da casa, que não tinha alguém capaz de definir a jogada. Um estilo parecido com o de Barcos, que discutiu com Titi, reclamou da falta de bolas recebidas, mas mesmo assim resolveu. Bastou um lançamento longo de Bruno e um passe “quebrado” de Betinho. Aos 19 minutos, o Pirata recebeu pela esquerda, passou o pé por cima da bola e cruzou de canhota, na cabeça de Betinho: 1 a 0 Palmeiras. Os torcedores do Bahia se calaram por alguns minutos. Já valeu a viagem do Pirata.

Não custa lembrar que Betinho é o iluminado atacante que raspou a bola em sua cabeça para dar o título da Copa do Brasil ao Palmeiras. O gol dele desestabilizou o Bahia, que passou a pressionar e jogar só no campo de ataque, mas sem a decisão do último passe. O Tricolor foi prejudicado pelo mesmo nervosismo que acabou com o Verdão nos últimos jogos. Não conseguiu um chute na direção do gol. Mesmo recuado demais, o time de Gilson Kleina aguentou a pressão do rival no primeiro tempo.

Imagem: Cesar Greco / Agência EstadoBetinho comemora o gol da vitória do Palmeiras contra o Bahia.(Imagem: Cesar Greco / Agência Estado)Betinho comemora o gol da vitória do Palmeiras contra o Bahia.

Nervosismo muda de lado

A morosidade de Zé Roberto foi substituída pela alta velocidade de Lulinha, que entrou para tentar incendiar o Bahia no segundo tempo. O primeiro ato foi o óbvio: levantou os braços e chamou a torcida para o jogo, depois de ela ter vaiado do Tricolor na saída para o intervalo. Pituaçu tinha de se tornar um caldeirão para os donos da casa empatarem o jogo.

De novo, o nervosismo atrapalhou. Lulinha até entrou bem, dando dinâmica ao time e forçando as jogadas pelas laterais. O ponto fraco da defesa alviverde era pela esquerda, com Leandro, ainda sem o ritmo de jogo ideal. Mas foi impressionante a quantidade de erros do Bahia, até nos passes mais simples. Sem conseguir se encontrar em campo, o time da casa passou a criticar qualquer marcação do árbitro Leandro Vuaden.

A impaciência passou para as arquibancadas. A torcida do Bahia, que sempre joga junto, começou a vaiar. Em campo, Cláudio Pitbull entrou para melhorar o ataque e irritou os tricolores logo no primeiro passe errado – mas quase empatou em cobrança de falta, salva com bela defesa de Bruno. Na zaga, Titi quase fez um gol contra em lance fácil, sem ninguém perto dele.

No fim, o Palmeiras ainda reclamou de um suposto pênalti de Diones, que atingiu a bola com a mão dentro da área. O mais importante para os alviverdes, porém, foi que o time conseguiu controlar o jogo com uma tranquilidade que não mostrava há algum tempo. A fuga do rebaixamento ainda é uma missão difícil, mas o Bahia já passa a ser visto mais de perto.

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Tópicos: bahia, palmeiras, jogo