Análise: Bahia sofre ao mudar estilo para travar o Vitória, mas cumpre objetivo e fica com o tÃtulo
24/03/2025 09h06Fonte ge
Imagem: Jhony Pinho/AGIF
Jogadores do Bahia comemoram título baiano.

Os jogadores do Bahia foram ao Barradão com uniforme de jogo, chuteiras nos pés e regulamento embaixo dos braços. A vantagem construída no jogo de ida teve impacto decisivo na estratégia para a partida decisiva, que mostrou os comandados de Rogério Ceni com um estilo de jogo bem diferente do habitual. A postura mais defensiva fez o Tricolor sofrer, mas foi suficiente para o empate em 1 a 1 que garantiu o 51º título estadual do Esquadrão.
O Bahia não mudou a formação em campo para a final do Campeonato Baiano, mas alterou a forma de jogar no Barradão. Para não correr riscos, abriu mão da saída com passes curtos e apostou em ligações para levar a bola ao ataque. Na prática, o time que está acostumado a controlar as partidas não conseguiu comandar as ações.
Nas poucas vezes em que tentou trabalhar a bola, o Bahia viu Kanu e Caio Alexandre cometerem erros. O desconforto do Tricolor no jogo estava claro, mas também é preciso reconhecer que o time não chegou a sofrer defensivamente. E com a vantagem construída na primeira partida, esse era o principal objetivo de Rogério Ceni.
Imagem: Letícia Martins e Rafael Rodrigues / EC Bahia
Ba-Vi
A maturidade defensiva passou pelo coletivo, com linhas de marcação compactas e dobras pelos lados do campo. Mas também pelo individual, com uma catimba típica de quem sabia que tinha o relógio ao seu lado. Os atletas souberam gastar tempo e desacelerar o clássico no Barradão.
Com a bola rolando, essa gestão do ritmo da partida foi feita por Everton Ribeiro e Willian José. Os jogadores mais experientes e técnicos conseguiram “acalmar” a bola que estava sempre muito viva quando chegava aos pés dos pontas Ademir e Pulga, em tarde pouco produtiva no setor ofensivo.
O saldo da nova maneira de jogar foi um primeiro tempo com apenas uma boa chance criada no ataque, mas sem trabalho para Marcos Felipe. Algo que mudou logo no começo da segunda etapa, quando o Vitória conseguiu criar chances pelo lado esquerdo da defesa, e o goleiro tricolor foi fundamental com duas defesas em cabeçadas de Janderson.
A resposta de Rogério Ceni para o maior ímpeto do adversário foi reforçar a marcação. Aos 15 minutos, ele sacou Everton Ribeiro e o amarelado Caio Alexandre para as entradas de Erick e Acevedo. Naquele momento, o Tricolor já tinha uma linha de cinco na defesa, com Gilberto pela direita desde a volta do intervalo.
Veja abaixo todas as trocas do Bahia no jogo:
Gilberto em Ademir no intervalo;
Erick em Everton Ribeiro aos 15 minutos do segundo tempo;
Acevedo em Caio Alexandre aos 15 minutos do segundo tempo;
Cauly em Willian José aos 20 minutos do segundo tempo;
Kayky em Erick Pulga aos 28 minutos do segundo tempo.
Imagem: Letícia Martins e Rafael Rodrigues / EC Bahia
Willian José no Ba-Vi

O reforço do meio de campo deu certo, e o Bahia voltou a ter o jogo mais sob controle nos minutos seguintes. Mas o time seguiu sem forças para atacar, e de tanto ver o Vitória frequentar o campo ofensivo e cruzar bolas na área, sofreu o gol aos 38 minutos. O lance foi mais um iniciado pelo lado esquerda da defesa tricolor, onde Luciano Juba fez segundo tempo ruim.
A infantil expulsão de Cauly, que deixou a mão no rosto de Neris, poderia ter complicado ainda mais a vida do Bahia, que passou os últimos minutos em seu campo defensivo. Tempo de jogo alongado com a série de confusões entre os jogadores dos dois times que rendeu mais três expulsões.
Aos trancos e barrancos, e com um jogador a menos, o Bahia resistiu até o minuto final, quando um chutão para frente virou contra-ataque, e Kayky mostrou méritos individuais para definir o título com o gol de empate no Barradão.
Imagem: Walmir Cirne/AGIF
Janderson, Everton Ribeiro, Vitória, Bahia, decisão, final, Campeonato Baiano.

O Bahia deixa o Barradão com o troféu do Campeonato Baiano, mas também com a análise de que precisa se sentir mais confortável sem a bola. O nível dos próximos adversários deve colocar o Tricolor em mais situações como a deste domingo, em que o time sofreu ao abrir mão de seu estilo de jogo com controle e posse.
Depois de conquistar o título de campeão baiano neste domingo, o Bahia deve viver alguns dias de festa na Cidade Tricolor, mas a comemoração tem prazo para acabar. Nesta quarta-feira, o Esquadrão entra em campo contra o Ceará em jogo atrasado da Copa do Nordeste. A partida está marcada para a Casa de Apostas Arena Fonte Nova, onde a bola começa a rolar a partir das 19h (de Brasília).
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