Análise: Corinthians tem carências evidentes, mas estreia em 2024 com pontos positivos
22/01/2024 09h06Fonte ge
O Corinthians estreou na temporada com apenas sete jogadores de linha no banco de reservas na vitória por 1 a 0 sobre o Guarani, no último domingo, na Neo Química Arena, pelo Paulistão. Destes, três eram jovens da equipe sub-17, que nunca tinham atuado como profissionais.
A equipe tem carências evidentes e começa 2024 com um elenco pior do que o de 2023. Mas também não há motivo para desespero.
Em um processo de reformulação tão amplo, era de se esperar esse tipo de dificuldade no início do ano. A janela de transferências fica aberta até 7 de março e até lá o Corinthians não terá grandes desafios, afora um ou outro clássico.
A busca por reforços precisa ser paciente e criteriosa para formar um grupo competitivo sem comprometer as já combalidas finanças do clube.
Enquanto aguarda a chegada de novos jogadores, Mano Menezes promoveu a estreia de três reforços entre os titulares. Hugo, Félix Torres e Raniele deixaram boa impressão, embora ainda tenham muita margem para melhora.
O lateral-esquerdo esteve contido no apoio ao ataque, mas se mostrou eficiente na marcação. O equatoriano, que teve poucos treinos com a equipe, errou alguns passes, mas fez desarmes certeiros. Em um deles, impediu contra-ataque perigoso e foi ovacionado pela Fiel.
Foi o volante, ex-Cuiabá, quem se sobressaiu. Raniele mostrou bastante vigor físico e bom posicionamento. Como ele próprio admitiu, pode melhorar a saída de bola com o passar do tempo.
O principal destaque corintiano foi um velho conhecido da torcida: Romero. O paraguaio estava bem na partida (foi dele a jogada que terminou com chute perigoso de Matheus Araújo) e abriu a temporada com um dos mais belos gols já vistos em Itaquera. De voleio, aproveitou bom cruzamento de Fagner (outro que teve boa atuação) e fez uma pintura.
Afora isso - e os mais de 42 mil torcedores que estiveram presentes na arena - não há muito mais o que se destacar na estreia do Corinthians. Carecendo de entrosamento e melhor condicionamento físico, o time esteve travado em boa parte do jogo, esbarrando em erros técnicos.
Principais responsáveis pela articulação de jogadas, Matías Rojas e Matheus Araújo estiveram discretos e pouco municiaram Yuri Alberto, outro que esteve apagado.
O paraguaio começou aberto pela direita e foi deslocado para o centro na metade do primeiro tempo. Até cresceu de produção, mas ainda esteve bem abaixo do que se espera do camisa 10 do Corinthians.
O desempenho de Rojas nos 21 jogos que disputou até aqui pelo clube gera ainda mais expectativa sobre Rodrigo Garro. O meia argentino pode estrear no meio de semana, mas será o suficiente?
A urgência maior, sem dúvida, está no ataque. E aqui estamos falando de protagonistas, jogadores de peso e preço maiores que os de Wesley, Gustavo Mosquito, Giovane...
A atuação sem brilho da equipe na estreia é plenamente compreensível nesta altura do ano e nas circunstâncias vividas pelo clube.
No momento, o desempenho dos cartolas no mercado de transferências é tão ou mais importante do que o dos atletas dentro de campo. O Corinthians segue em (re)construção.
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