Análise: incansável, Vitória se nega a desistir e premia força fÃsica e mental com virada incrÃvel
01/04/2024 09h28Fonte ge
A primeira partida da final do Campeonato Baiano começou em ritmo lento, mas ganhou emoção no segundo tempo e terminou com uma virada incrível do Vitória. Um roteiro daqueles que coloca o Ba-Vi 496 em um página especial na história do clássico. O Bahia chegou a abrir dois gols de vantagem, mas viu o Rubro-Negro buscar a virada no Barradão, onde não perde a 23 jogos.Como já tinha acontecido no clássico válido pela primeira fase, o resultado foi construído em uma combinação de erros de Rogério Ceni, que ficou confortável com o resultado parcial, e muitos acertos de Léo Condé, que entendeu o que o time precisava e fez as correções em tempo de buscar mais uma virada em Ba-Vi.
Imagem: Victor Ferreira / EC VitóriaCaio Alexandre e Osvaldo no Ba-Vi
Além do embate tático no qual o Vitória levou a melhor, o Ba-Vi 496 foi decidido no fator mental, também com superioridade rubro-negra. A cada gol marcado o Vitória crescia e empurrava um acuado Bahia para trás. Isso com ajuda da pulsante arquibancada do Barradão, que contou com cerca de 30 mil torcedores que viram a equipe alcançar a sua segunda maior sequência invicta da história.
Entre os jogadores, o clássico teve destaque para a história de Mateus Gonçalves. Ele, que foi expulso no último Ba-Vi com apenas dois minutos em campo, desta vez saiu do banco de reservas para fazer dois gols e comandar a virada rubro-negra, que agora pode até empatar o clássico da Fonte Nova para ser campeão.
O jogo
Antes do clássico, os dois treinadores tinham escolhas importantes para fazer, e as decisões tiveram impacto direto no roteiro do Ba-Vi 496. Léo Condé abriu mão de um atacante para ter três volantes no meio de campo. Do outro lado, Rogério Ceni reforçou a marcação pelo lado esquerdo ao escolher Luciano Juba como substituto do lesionado Everaldo.
Ao apostar nas escolhas mais seguras, os treinadores deixaram a partida mais amarrada. O primeiro tempo foi marcado por muitas disputas no meio de campo, muitos embates físicos e poucas chances de finalização.
Imagem: Jhony Pinho/AGIFMateus Gonçalves comemora Vitória x Bahia.
O Vitória só levou perigo de verdade quando Marcos Felipe ofereceu um gol para Alerrandro, que chutou para fora mesmo com a meta vazia após o passe errado do goleiro. A resposta tricolor também teve colaboração do jogador com luvas. Lucas Arcanjo saiu mal pelo alto, não cortou cruzamento, e viu Wagner Leonardo salvar o Leão após cabeçada de Thaciano.
No mais, o que se viu no Barradão foram dois times muito cautelosos, que tentavam atacar sem se expor. A impressão era de que, dos dois lados, o objetivo em campo era sobreviver para a segunda partida da decisão e que um gol só sairia mesmo diante de uma falha grave.
O melhor e o pior do Bahia
Imagem: Tiago Caldas / EC BahiaRogério Ceni no Ba-Vi
E foi justamente a partir de outra falha individual que fez o time visitante abrir o placar. Logo na volta do intervalo, Willian Oliveira errou um passe na saída de jogo e permitiu um ataque do Bahia com a defesa rubro-negra desorganizada. Em três toques os tricolores deixaram Thaciano com o gol aberto para abrir o placar.
O Bahia viveu ali seus melhores minutos no clássico. Os tricolores ganharam confiança e conseguiram dominar a partida até balançar as redes pela segunda vez, agora com jogada trabalhada desde o campo de defesa, até Luciano Juba cruzar na medida para Cauly. A partir deste momento o jogo "acabou" para o Esquadrão.
Já em campo, Mateus Gonçalves diminuiu para o Vitória depois de quatro minutos do segundo gol do Bahia. A jogada teve importantes participações de Matheusinho e Dudu. O volante foi um dos melhores em campo pelo Leão. Com muita imposição física, ele travou o meio de campo do Bahia e também ajudou o Rubro-Negro a fazer a transição ofensiva.
Depois de sofrer o primeiro gol, Rogério Ceni tirou Caio Alexandre, Thaciano, Everton Ribeiro e Luciano Juba de campo. E o Bahia desmoronou. Do outro lado, Léo Condé apostou nas entradas de Zé Hugo, Iury Castilho, Lucas Esteves e Léo Gamalho para incendiar o clássico. E o Vitória cresceu.
Vitória no embalo do banco e da torcida
Imagem: Victor Ferreira / EC VitóriaIury Castilho comemora gol no Ba-Vi.
Na reta final o Vitória estava postado em campo em um 4-2-4, disposto a ir para cima e vencer a partida a qualquer custo. Deu certo. O empate veio aos 44 minutos, mais uma vez com Mateus Gonçalves. E aos 52, Iury Castilho estufou as redes para virar o clássico e colocar o Ba-Vi #496 na história. Uma justa virada de um time que teve tudo que o maior rival não teve: força física e mental.
A partida de volta da final está marcada para o próximo domingo, dia sete de abril, na Arena Fonte Nova. Até lá, os dois treinadores vão ter a semana livre para trabalhar os times de olho na decisão.
Vencedor no Barradão, o Vitória pode ser campeão até com um empate na Fonte Nova. Ao Bahia, fica a obrigação de vencer pelo menos pela vantagem mínima para forçar uma disputa de pênaltis. Se conseguir uma folga maior no placar, o Tricolor comemora o título ainda no tempo normal.