Análise: o melhor São Paulo do ano mostra que briga pelo tÃtulo brasileiro
11/08/2019 11h37Fonte Globoesporte.com
Vencer o líder do Campeonato Brasileiro não torna o São Paulo favorito ao título do Brasileirão – tampouco torna o São Paulo um time melhor do que o Santos. Mas o resultado alcançado neste sábado, no Morumbi, firma o Tricolor na turma daqueles que não precisam tratar a taça como um delírio, uma miragem. O São Paulo vive seu melhor momento no ano. São tempos de empolgação, e ela não é gratuita.A vitória de 3 a 2 sobre o Santos foi a terceira seguida na temporada. Soma-se aos 4 a 0 sobre a Chapecoense em casa e aos 2 a 1 contra o Fluminense no Rio. E ocorre em meio à euforia com as chegadas de Daniel Alves e Juanfran, apresentados durante a semana – e que devem estrear contra o Ceará, domingo (dia 18), no Morumbi.
Eles fortalecerão o São Paulo. Não são jogadores quaisquer: são jogadores que testemunharam (ou participaram ativamente) dos movimentos mais importantes do futebol mundial nos últimos anos – sobretudo a consolidação do modelo de jogo de Guardiola no Barcelona, com reflexos na seleção espanhola bicampeã europeia e campeã mundial entre 2008 e 2012. Eles foram colegas ou adversários rotineiros dos principais jogadores do planeta nesta última década: Messi, Cristiano Ronaldo, Xavi, Iniesta, Griezmann, Neymar, Mbappé. Eles estiveram com os melhores treinadores.
Mas é interessante ver que a consolidação do time do São Paulo independe deles, é anterior a eles. Os reforços não precisaram estrear para o time de Cuca se consolidar. E aí talvez esteja a base do otimismo tricolor: a equipe amadureceu.
Contra o Santos, melhor time do campeonato, cheio de possibilidades táticas, o São Paulo precisou se metamorfosear. Cuca decidiu a formação minutos antes do jogo, assim que soube como Sampaoli armara sua equipe. O treinador são-paulino pretendia mandar o time a campo no 4-4-2. Mas mudou ao ver que Lucas Veríssimo, um zagueiro, faria a função de lateral-direito no Santos. Assim, fixou Raniel na frente e formou uma linha atrás dele, com Toró pela direita, Everton mais centralizado e Pato pela esquerda (já que, batendo de frente com Lucas Veríssimo, não precisaria ajudar tanto na marcação).
O resultado do primeiro tempo, com o Santos vencedor por 1 a 0, dirá que a estratégia de Cuca não funcionou. Mas não é bem assim. O São Paulo fez um jogo aberto, franco, intenso, de marcação pressão na área adversária – e contra um time que vinha de sete (!) vitórias seguidas. Foi para o vestiário perdendo (mas poderia ter ido ganhando).
Seja como for, a circunstância levou Cuca a agir novamente: ele tirou Luan, o volante mais marcador do time, e colocou Hernanes, um meia pensador, recuando Tchê Tchê (e o incumbindo de fazer a transição inicial da defesa para o meio). Com a nova distribuição, o São Paulo voltou frenético no começo do segundo tempo e alcançou a virada em 11 minutos – gols de Alexandre Pato e Reinaldo (de pênalti).
A vantagem no placar, uma lesão muscular em Hernanes aos 15 minutos e uma sinalização de que o Santos ficaria ainda mais ofensivo levaram Cuca a mudar de novo: para o lugar de Hernanes, recolocou um volante, Hudson. Assim, fechou mais o time e se armou para aproveitar contra-ataques. Alexandre Pato, em arrancada pela direita de ataque, fez o terceiro gol aproveitando os espaços deixados pelo Santos. Foi o melhor em campo.
Cuca, muito bom treinador, soube ler o jogo porque sabe ler seu grupo. Depois da partida, ele celebrou a versatilidade que Daniel Alves e Juanfran darão a seu elenco – uma versatilidade que o treinador começa a tirar de outros jogadores e que, curiosamente, é uma das principais qualidades de Sampaoli no Santos.
Imagem: Marcos RibolliCuca abraça Alexandre Pato: destaques na vitória sobre o Santos.
Claro, a distância para o líder ainda é longa. São oito pontos. Mas o São Paulo tem um jogo a menos (contra o Athletico-PR em Curitiba). Pode encurtar para cinco.
E a tabela até o fim do primeiro turno é convidativa. Depois de receber o Ceará, o São Paulo recupera o jogo contra o Athletico-PR, visita o Vasco (em evolução, mas ainda lutando contra o rebaixamento), recebe o Grêmio (mais preocupado com Libertadores e Copa do Brasil), visita o Inter (mesma coisa do Grêmio) e recebe o CSA (da zona de rebaixamento). É viável cruzar a linha da metade do campeonato com a liderança no horizonte.
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