Análise: Santos se complica sozinho e tem pelo menos 11 times na cola
31/08/2024 09h33Fonte ge
Rodada após rodada, o Santos não consegue reagir diante de um cenário de crise. O time, que parece se complicar sozinho no torneio, somou apenas três pontos dos 12 possíveis nos últimos quatro jogos disputados na Vila Belmiro. O torcedor tem tido dificuldade para enxergar dias melhores.Mais do que um novo resultado desolador contra a Ponte Preta, o empate em 2 a 2, depois de virar para o segundo tempo com um jogador a mais - Élvis foi expulso no fim da primeira etapa - e vencendo por 2 a 0, expôs a realidade atual da tabela: são pelo menos 12 times brigando por quatro vagas de acesso à elite do futebol em 2025.
Nove pontos separam o Santos, líder momentâneo, do 12º colocado Amazonas, que tem dois jogos a menos na tabela neste momento. A tabela curta é motivo para alerta, reflexão e decisões internas urgentes.
Imagem: Reinaldo Campos/AGIFFábio Carille, técnico do Santos, contra a Ponte Preta.
Fio de esperança
A semana toda de trabalho do Santos foi pautada em fazer com que os jogadores tomassem decisões melhores no terço final do campo, buscando mais o gol adversário. Afinal, contra o Amazonas, foram 25 criações ofensivas e nenhum gol marcado. Contra a Ponte, deu certo no começo.
O Santos conseguiu se impor até com certa facilidade na metade final do jogo e virou para o intervalo vencendo em duas boas jogadas: primeiro, Guilherme funcionou pela esquerda e cruzou para um desvio consciente de Wendel para Giuliano abrir o placar.
Depois, João Basso, em uma exibição de gala no começo da partida, marcou um golaço em jogada construída pelo alto. Um fio de esperança depois de jogos desoladores...
Velho novo
O que se viu na etapa final foi desolador: tudo indo por água abaixo em uma série de erros técnicos de jogadores. Hayner errou tudo o que tentou e acabou substituído com vaias para a entrada de JP Chermont. Com os laterais avançados, faltou qualidade.
Mesmo com um a mais e com a vantagem no placar, o Santos cedeu à Ponte a possibilidade de contra-atacar em velocidade e jogar na transição. Jéh, forte e aguerrido, não teve dificuldades para arrastar Basso por quase meio campo e chutar no canto de Brazão para diminuir.
Imagem: Reinaldo Campos/AGIFGabriel Brazão, do Santos, contra a Ponte Preta.
Com o time desconcentrado e moroso, Carille mexeu na estrutura da equipe e trocou a qualidade de Souza por Rodrigo Ferreira. Mudança que foi determinante para o resultado: foi do lateral erro em saída de bola que sobrou nos pés de Dodô, dando o empate à Macaca.
Sem um bom desempenho recente em casa, o Santos flerta com o perigo de ser atropelado pelos rivais na Série B e terá mais uma semana de trabalho para buscar um fortalecimento que parece ser mais mental do que tático no torneio.
O próximo jogo é contra o Brusque, no sábado, fora de casa. Faltam 14 jogos para o fim do ano e o objetivo do clube na temporada é um só: conquistar o acesso para a Série A do Brasileirão.