Análise: virada do Flamengo mostra por que Jorge Jesus tem cautela para escalar reforços
23/02/2020 10h24Fonte Globoesporte.com
Uma das perguntas mais recorrentes a Jorge Jesus neste início de temporada é sobre a pouca utilização dos reforços que o Flamengo contratou em 2020. A vitória por 2 a 1 sobre o Boavista, que de o título da Taça Guanabara, pode ser usada como bom exemplo de por que o Mister relutar tanto em lançar mão de novos atletas em larga escala.Jesus sempre disse que os reforços precisam alcançar um nível de entendimento maior da forma como o Flamengo joga. Calhou de, justo numa final de turno do Carioca, precisar rasgar sua cartilha e mandar a campo uma equipe bastante modificada, devido ao desgaste da viagem a Quito.
Imagem: Marcelo Cortes/CRFGabigol comemora o gol do título do Flamengo.
O Flamengo teve apenas Gabigol como titular absoluto. De resto, somente reservas - com exceção da zaga, onde Gustavo Henrique e Léo Pereira, ambos recém-chegados, disputam vaga ao lado de Rodrigo Caio, lesionado.
O que se viu em campo foi uma equipe sem os mesmos automatismos dos titulares. Com dificuldades na defesa - especialmente Léo Pereira no início do jogo - e pouco entendimento no ataque. Em suma, ali estava explicado por que Jesus quer introduzir novos atletas aos poucos.
O Flamengo também mudou um pouco o esquema. Sem um meia de criação típico, apostou numa linha de ataque com quatro jogadores, tendo Vitinho pela direita, Michael pela esquerda, e Gabriel e Pedro centralizados. No primeiro tempo, isso funcionou pouco - o gol de empate sai numa jogada de escanteio.
Imagem: Felipe SchmidtOrganização do Flamengo no ataque no primeiro tempo: 4-2-4, com Vitinho, Gabriel, Pedro e Michael alinhados na frente.
A defesa, ainda descoordenada, especialmente nas coberturas e jogadas em velocidade, foi facilmente explorada pelo Boavista no início do jogo. Depois do gol, o time de Saquarema recuou e não conseguiu incomodar tanto.
Titulares dão mais consistência
No segundo tempo, Jorge Jesus lançou mão de três titulares para mudar uma partida que, apesar da pressão do Flamengo, seguia encardida. Willian Arão, Everton Ribeiro e Gerson deram ao time um pouco do automatismo que nos acostumamos a ver no Rubro-Negro.
Everton, a princípio, começou no meio-campo, onde não rende tanto. Mas bastou Gerson entrar e empurrar o camisa 7 para a ponta direita, que o Flamengo desbloqueou o jogo. Numa linda troca de passes entre Everton Ribeiro, Pedro e Gabriel, saiu o gol da vitória.
Reforços na hora certa
A lição nesta vitória é de que Jorge Jesus está correto ao ter paciência para colocar os reforços. É compreensível a ânsia em ver caras novas e o que elas podem acrescentar ao time, mas o Flamengo joga num estilo de jogo muito específico, e ficou claro que a execução destas ideias é primordial para bons resultados.
Um exemplo é a zaga, que sofre com uma rotatividade acima do normal devido aos problemas físicos de Rodrigo Caio. Sem ele, ainda não há tanta clareza para os defensores executarem princípios básicos de Jorge Jesus, como a marcação alta, o posicionamento em linha e o sistema de cobertura.
Resumindo, paciência com os reforços. Aos poucos, o Mister os coloca em campo e os adapta ao jeito de jogar do Flamengo.
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